Resumo: Apesar de todo o arcabouço institucional e do aparato jurídico-legal do SUS criado para melhorar o acesso da população aos serviços de saúde, ainda existem muitas barreiras que interferem na concretização do acesso universal à saúde no Brasil. Objetivamos analisar os elementos que influenciam o acesso aos serviços de atenção primária no município de Recife na perspectiva de profissionais e usuários. Trata-se de um estudo de caso realizado através de entrevistas semiestruturadas com46 informantes. A análise de conteúdo foi o método escolhido para trabalhar os dados. As principais barreiras que emergiram da pesquisa foram o subfinanciamento dos serviços, a cobertura ainda insuficiente da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a oferta insuficiente de profissionais. Entre os elementos facilitadores, os mais relevantes foram a própria existência da ESF, a comunicação informal e o trabalho do agente comunitário de saúde. Conclui-se que, mesmo com a implantação da ESF e dos benefícios gerados, ainda há a necessidade de a estratégia ser uma prioridade da gestão, com maior investimento na estrutura e na organização dos serviços ofertados para que os usuários tenham acesso universal e equânime à rede de saúde de Recife. Palavras-chave: acesso aos serviços de saúde; Estratégia Saúde da Família; atenção primária à saúde.
Resumo: Introdução: As pandemias, como a de Covid-19, resultam em perturbação psicossocial que pode romper os limites da capacidade de enfrentamento, de modo a gerar tensões e angústias que se expressam variavelmente entre os envolvidos. Objetivo: analisar as repercussões da pandemia de Covid-19 na saúde mental de estudantes de Medicina do estado de Pernambuco. Método: estudo transversal e descritivo-analítico realizado entre julho e agosto de 2021 com estudantes de Medicina das 11 faculdades de Pernambuco. Como variáveis dependentes, foram analisados os escores de ansiedade e depressão. Quanto às variáveis independentes, foram estudadas: escore de resiliência, características sociodemográficas e comportamentais, e condições de saúde. A coleta dos dados foi realizada por meio da plataforma Google Forms. Aplicaram-se o Inventário de Beck para ansiedade e depressão e a escala de resiliência de Wagnild e Young. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Maurício de Nassau, e os participantes concordaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados pelo programa SPSS 25, considerando significativo valor p < 0,05. Resultado: participaram da pesquisa 416 estudantes. A amostra foi composta predominantemente por mulheres (60,9%), com idade média de 25 anos, das quais 73,8% tinham residência fixa no município da faculdade. Sintomas de ansiedade moderada e grave foram verificados em 27,2% e 10,3% dos avaliados, respectivamente. Observaram-se sintomas depressivos moderados em 17,8% dos estudantes. Cerca de 25% da amostra apresentou grau de resiliência baixo ou muito baixo. Resiliência alta (razão de chances [RC] = 0,18 [0,08-0,41]; p < 0,001) e suporte psicológico anterior à pandemia (RC = 0,36 [0,14-0,95]; p = 0,04) foram fatores de proteção; e cursar o ciclo clínico (quinto-oitavo períodos) foi fator de risco independente (RC = 1,95 [1,07-3,55]; p = 0,02) para ansiedade de moderada a grave. Resiliência alta (RC = 0,01 [0,02-0,11]; p < 0,001 e retornar à cidade natal durante a suspensão das aulas (RC = 0,41 [0,18-0,91]; p = 0,02) foram fatores protetores; e cursar o ciclo clínico foi fator de risco independente (RC = 2,74 [1,26-5,93]; p = 0,01) para depressão de moderada a grave. Conclusão: verificou-se uma alta prevalência de sintomas de ansiedade de moderada e grave, bem como de sintomas depressivos moderados. Um alta proporção dos estudantes apresentou grau de resiliência baixo ou muito baixo.
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