Este artigo trata da formação de professoras de Ensino Fundamental I e suas relações com a leitura e a escrita. Tem como objetivo proble-matizar o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na formação docente, baseado nas teorias da história cultural (Chartier) e da sociologia da cultura (Bourdieu e Lahire). Por meio de observações diretas, entrevistas e análise documental, as pesqui-sas já realizadas examinam as formas de (re)apropriação das práticas de leitura e escrita que ocorrem no âmbito de um programa de licenciatura semipresencial desenvolvido no estado de São Paulo (Brasil). A investigação em curso busca compreender e indagar sobre as relações que as professoras estabelecem com tais práticas quando elas próprias são aprendizes, focalizando as estratégias que utilizam para lidar tanto com o suporte impres-so quanto com o eletrônico, bem como seus caminhos de socialização escolar e profissio-nal e o capital cultural adquirido
O artigo analisa a questão das minorias/maiorias no campo do magistério a partir de resultados de três estudos etnográficos desenvolvidos no contexto de um programa especial, oferecido a professores do estado de São Paulo (Brasil), entre 2001 e 2008. Autores diversos deram base a esses estudos: Rockwell, Bourdieu, De Certeau, Chartier e Lahire. Considerando os professores da Educação Básica como um tipo de cross-borders culturais; o artigo discute seus modos de ler e de se apropriar de textos acadêmico-educacionais e os limites que o tipo de formação que lhes foi oferecida no âmbito do referido programa impõe para mudanças mais efetivas em seus habitus profissionais. O artigo conclui que, não obstante os investimentos em formação continuada realizados nas últimas décadas neste país, seus professores seguem em uma situação de forte vulnerabilidade social, que só poderá ser revertida se políticas de valorização profissional mais consistentes forem adotadas.
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