Este artigo destaca a participação das crianças pequenas e a relação de reciprocidade da infância com a sociedade de classes. Tem como ponto de partida pesquisa de doutorado e fundamentado na Sociologia da Infância, explora os impactos da Pandemia de Covid-19 na vida e educação das crianças pequenas. Trata das infâncias no plural por entender que, para além da diversidade presente em nosso país, há também diferentes focos de análise sobre este grupo social. Conclui que apesar de, do ponto de vista médico e da saúde, as crianças serem menos suscetíveis aos danos causados pelo vírus, a infância como categoria social é das mais afetados pela crise do capital que, embora já estivesse em andamento, teve na crise sanitária uma consequência agravante em razão do isolamento social que potencializou a queda da renda familiar, o desemprego e a precarização do trabalho. Essa situação aprofundou as desigualdades sociais e colocou as brasileirinhas e brasileirinhos em perigo.
Este ensaio teórico tem como objetivo problematizar a ideia de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação infantil e a paradoxal proposta universal e homogeneizadora que visa a “construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”. Ao longo do texto problematizamos as palavras/conceitos que compõem esse documento, dissecando criticamente o que pretensamente denominam de BASE – NACIONAL - COMUM – CURRICULAR. Apontamos para as armadilhas de um currículo universal e a relevância de análises interseccionais que considerem os marcadores de diferenças como etnia, idade, gênero e classe social. Em seguida, abordamos alguns aspectos das políticas públicas neoliberais que defendem iniciativas privatistas e competitivas e colocam a educação como mercadoria e alvo de empresários. Finalizamos indicando elementos de uma Pedagogia emancipatória desde o nascimento que promova resistências e lutas pela equidade e transformação social.
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