O conceito de sustentabilidade é baseado em três pilares: ambiental, social e econômico, todos com igualdade de importância, interdependentes, tendo como meta atender às necessidades humanas sem degradar o ambiente, garantindo sua preservação para as futuras gerações. Porém, é necessário compreender como esses pilares interagem entre si. Objetivou-se revisar esse conceito e apresentar um novo modelo estrutural de sustentabilidade, em que se compreende ‘sistema ecológico’ como a natureza sem o ser humano. Trata-se de um artigo teórico, fundamentado na teoria geral dos sistemas, referenciado em análises críticas sobre sustentabilidade e relação entre natureza, sociedade e economia. Demonstrou-se que o sistema ecológico é o mais importante na representação da sustentabilidade, pois se autorregula e não depende dos demais. Conclui-se que há uma hierarquia entre os sistemas e que o sistema ambiental é a soma dos sistemas ecológico, sociocultural e econômico.
A maior biodiversidade em ambientes urbanos propicia menor vulnerabilidade aos problemas normalmente encontrados nestes contextos, como a poluição, assim, a conservação dos recursos naturais relaciona-se à melhor qualidade de vida da população. A partir disso, objetivou-se analisar a estrutura vegetacional em três áreas verdes urbanas e sua importância para a manutenção da avifauna em Campo Grande, MS. Os elementos considerados foram tamanho, utilização, entorno, estrutura da vegetação e os corpos hídricos para comparar riqueza e frequência de ocorrência das espécies de aves. Através de levantamento qualitativo, foram registradas 107 espécies de aves nas áreas estudadas. As aves encontradas com maior frequência absoluta de ocorrência foram Patagioenas picazuro e Ara ararauna. A área de vida de 89% das aves não se configura como ‘áreas alteradas’, indicando que a cidade, atualmente, apresenta boas condições ambientais.
O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial turístico da avifauna encontrada em três áreas verdes da cidade de Campo Grande. As áreas do estudo são abertas ao público, caracterizadas como um parque, uma praça e uma lagoa. O levantamento qualitativo da avifauna totalizou 55hs de observação por meio do método de observação direta por pontos. As espécies foram registradas e se calculou a frequência de ocorrência (FO) de cada espécie por área analisada. Foram registradas 107 espécies que somam 12% das encontradas no bioma Cerrado e a arara-canindé foi a espécie com frequência absoluta de ocorrência nas três áreas. Cada uma das áreas apresentou espécies exclusivas e o parque, o maior número de espécies registradas, destacando-se como um local apropriado para realizar o roteiro de observação de aves. Porém, o potencial turístico dessa avifauna deve ser fortalecido com outras ações como observar se há complementariedade entre oferta e demanda, planejar e construir elementos próprios para as atividades de observação, organizar e apresentar modalidades da prática de observação de aves de acordo com as limitações da oferta e com o grau de envolvimento e especialização dos ‘birdwatchers’. A população local deve ser mobilizada e motivada a conhecer as aves que fazem parte da paisagem; a iniciativa privada pode se utilizar de um produto turístico formatado e criar novos produtos ou necessidades, como artesanato ou guias impressos; e a participação do poder público é imprescindível na promoção do produto ‘roteiro urbano de observação de aves’, como na manutenção de reservas naturais urbanas.
Os parques urbanos são um importante elemento na composição da paisagem das cidades, com funções ecológicas, estéticas e sociais. Porém, esses ambientes estão sujeitos à pressão antrópica, ameaçando sua estabilidade. Por esses motivos, objetivou-se analisar o uso e cobertura da terra e o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) em dois parques estaduais (Prosa e Matas do Segredo) localizados na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foram utilizadas imagens Landsat TM 5 e OLI 8, e Sentinel 2a MSI, nos anos de 1985, 2000, 2014 e 2020, avaliadas utilizando procedimentos das geotecnologias. Os resultados obtidos indicam que os parques apresentam problemas relacionados à falta de efetivação dos planos de manejo, com áreas antropizadas existindo dentro dos limites das UCs. Além disso, as zonas de amortecimento que deveriam mitigar os impactos antrópicos que os parques sofrem são agentes de pressão, pois não possuem adequado manejo, com retirada contínua da cobertura vegetal nativa para usos diversos, também retratando problemas ligados aos planos de manejo. Por outro lado, o NDVI indicou resiliência do ambiente, apontando ganhos de qualidade na estrutura vegetal, que se tornou mais complexa. Os resultados obtidos indicam que, apesar dos problemas, os parques apresentam boa qualidade vegetacional e o cumprimento de uma de suas funções: a conservação dos recursos naturais, além de propiciar melhores condições ambientais às comunidades de seu entorno e à cidade.
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