Resumo O artigo intenta levantar reflexões sobre a necropolítica direcionada ao HIV/Aids no Brasil a partir de um conjunto de racionalidades que perpassam os processos de configuração da agenda governamental, tratamento da doença e as políticas e tecnologias envolvidas. Para tanto, foi realizada uma revisão teórica não-sistemática a partir de um tríplice aspecto: o do estigma da aids, o da necropolítica e o da política da vida. Concluiu-se que a política da vida como contraposição à necropolítica contribui para a defesa dos direitos humanos e da saúde, sobretudo para a desmistificação do estigma e da política de inimizade historicizada na Aids.
Objetivou-se analisar os modos de circulação, afetos vividos, fronteiras e porosidades percebidas, resistências e negociações operadas por uma estudante travesti no espaço de uma universidade pública. Recorreu-se aos estudos de gênero e sexualidade, bem como os que analisam processos de subjetivação relativos aos contextos urbanos. O cenário de investigação deu-se no campus de uma universidade federal e o curso de psicologia ao qual está vinculada a estudante. Metodologicamente, explorou-se uma narrativa das práticas cotidianas e dos encontros entre a estudante e o espaço da universidade durante uma semana, registrados por escrito. A análise dessa narrativa foi orientada pela perspectiva crítica do discurso. Os resultados apontam que os percursos cotidianos recortam a universidade com barreiras evidentes e revelam os limites dos espaços habitados, exigindo enorme esforço da estudante na luta pelo reconhecimento de seus direitos. Em relação ao curso de Psicologia, reconhece-se uma ausência de discussões mais efetivas sobre as questões de gênero e, em certa medida, a recorrência a modelos teóricos tradicionais que despotencializam a possibilidade de problematizar as experiências não heteronormativas.
As pessoas trans, em especial as travestis e transexuais, são sempre taxadas de “barraqueiras”. Depois de tantas violações, o “barraco” se tornou uma ferramenta em sua luta cotidiana por direitos considerados básicos. Este trabalho discorre sobre o surgimento do Movimento LGBTI em geral, pensando aspectos do Brasil, mas, também,do contexto internacional. Apesar de no Brasil esse movimento ter começado com gays cisgêneros, internacionalmente ele começou com duas travestis, e foram elas que tiveram o pioneirismo de organizar as primeiras paradas LGBTI,que se tornaram referência para o mundo. Ainda neste trabalho se discute o descolamento do movimento “T”, em relação ao LGBTI, que passou a pôr suas questões em evidência e a lutar, muitas vezes via “barraco”, por direitos básicos de existência.
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