Refletir sobre as tendências de desenvolvimento da agricultura familiar é o objetivo do presente artigo. Entendendo a complexidade da problemática agrícola, cuja importância transcende muito o nível regional, a análise aqui apresentada busca uma articulaç
Este artigo analisa as potencialidades de desenvolvimento endógeno de São Gabriel, município localizado na Fronteira Oeste do Estado do Rio Grande do Sul, com mais de cinquenta mil habitantes e com base econômica no setor primário, na pecuária e na orizicultura. O problema de pesquisa investiga quais são as potencialidades endógenas de desenvolvimento de São Gabriel/RS. Metodologicamente, utilizou-se como método de abordagem o dedutivo, e como técnica de coleta de dados primários entrevistas semiestruturadas, contendo questões abertas e fechadas, aplicadas a dezessete atores sociais, sendo complementadas com a análise da especialização produtiva, através do cálculo dos Quocientes Locacionais (QLs) para atividades rurais e urbanas. Conclui-se que, nesta estrutura específica, diversificada e heterogênea, os atores sociais devem se posicionar estrategicamente em atividades associadas aos produtos agropecuários, que geram demandas derivadas, aproveitando conjuntamente as oportunidades e potencialidades locais e regionais, fundamentais para fortalecer setores específicos, que constituem forças potenciais endógenas latentes, capazes de gerar autonomia ao desenvolvimento de São Gabriel.
Neste artigo analisa-se o conceito de território na perspectiva do desenvolvimento de agroindústrias familiares no sul do Brasil. Como objeto empírico de análise elegeu-se as
agroindústrias familiares localizadas nas regiões do Vale do Rio Pardo, no Esta
As agroindústrias familiares estão adquirindo cada vez mais adeptos entre os agricultores familiares, que veem no processamento de matéria-prima uma forma de complementação da renda. Os produtos advindos das agroindústrias familiares acabam conquistando o mercado consumidor, que busca opções de consumo mais saudáveis. No entanto, observa-se que os agricultores familiares ainda enfrentam enormes dificuldades geradas, principalmente, por questões que envolvem a legalização e comercialização da produção, levando-os a operar de maneira informal. Partindo dessas questões, o presente artigo tem como objeto de análise as dinâmicas adotadas pelas agroindústrias familiares na região do Vale do Rio Pardo, ressaltando a importância da agricultura familiar no contexto da produção agrícola brasileira, bem como buscando identificar as dificuldades enfrentadas para adequar o processamento da produção às exigências legais.
A configuração do território rural no sul do Brasil foi fortemente influenciada pela imigração europeia ao longo do século XIX. O sistema agrário colonial, decorrente desse processo, é caracterizado pela pequena propriedade rural, organizada em regime de trabalho familiar, voltada à produção da subsistência do grupo familiar e à venda de excedentes. Os dados apresentados resultam da pesquisa que analisou o processo de constituição e de funcionamento das agroindústrias familiares e suas implicações na dinâmica da organização territorial na região do Vale do Rio Pardo - RS. Por meio da investigação, de caráter analítico-explicativo, buscou-se compreender a interação de fatores de ordem endógena (horizontalidades) e de ordem exógena (verticalidades) no território, uma vez que a região é hegemonizada por grandes complexos transnacionais da indústria do tabaco, que usam o território de forma seletiva, tornando os produtores dependentes de suas estratégias de produção e de comercialização. Os dados coletados apontam dificuldades na formalização das agroindústrias, em decorrência das exigências legais. Do total de agroindústrias identificadas na região, em torno de 40% são formais e 60% estão em processo de formalização ou são informais, condição que limita o acesso ao mercado formal para comercialização da produção.
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