A insegurança alimentar e nutricional está globalmente relacionada à pobreza. Alcançar a segurança alimentar e nutricional tem sido grande desafio para maior parte das famílias residentes nas áreas rurais em Moçambique. Este estudo objetivou avaliar o estado de segurança alimentar e nutricional nas famílias residentes no município de Chókwè. O estudo foi conduzido através de entrevista semi-estruturada dirigida a 260 famílias distribuídos em 7 bairros. Os dados coletados foram analisados por meio de software estático IBM SPSS 22 para a obtenção de valores de percentuais e índice de segurança alimentar. O estudo revelou níveis instáveis de segurança alimentar e nutricional na ordem de 55% no município de Chókwè. A renda mínima mensal dos agregados familiares esteve em torno de 4.900.00 MZN ($76.6 USD), valor que não garante a obtenção de todos os bens de consumo básicos para satisfação das necessidades alimentares das famílias. O milho, arroz, óleo e tubérculos, fazem parte dos alimentos consumidos com maior frequência pelas famílias de baixa renda em Chókwè. A maior parte dos alimentos consumidos pela população provinha de produção agropecuária familiar, que dependente das condições edafo-climáticas da região, fator limitante à obtenção de quantidades suficiente e permanente para o consumo. A implementação das políticas de gestão de segurança alimentar e nutricional existentes no País, pode contribuir para reduzir o nível de insegurança alimentar no município de Chókwè.

A complexidade do ambiente organizacional e dos novos desafios dos mercados, conduzem a exploração intensiva e consequente degradação dos recursos naturais, daí que o monitoramento dos agroecossistemas é indispensável para o desenvolvimento das unidades de produção. Nessa conjuntura, o trabalho objetivou avaliar a sustentabilidade do agroecossistema de Nhocuene, Gaza, Moçambique. O estudo foi conduzido através de entrevista dirigida aos produtores e analisado com base nas técnicas de conteúdo. Avaliou-se 23 indicadores de dimensão ecológico e socioeconômico, onde os resultados mostraram instabilidade do agroecossistema justificado pelos níveis baixos de sustentabilidade nas dimensões (i) ecológica: produtividade (4), intensidade de uso da área (3), matéria orgânica com origem na propriedade (4), variação da produtividade (4), área com cultivo orgânico (0), diversidade de técnicas alternativas (3) e perda de colheita (3); (ii) económica: controle económica dos preços dos produtos (3), controle financeiro das atividades desenvolvidas (0), forma de apresentação dos produtos nos mercados (1), destino do produto produzido (3) e dificuldade de acesso a crédito rural (3) e (iii) social: pessoas ocupadas por ha (2), satisfação com atividade desenvolvida (4), grau de escolaridade (4), participação em cursos de agricultura (0), organizações e associações (0) e satisfação com assistência técnica pública, (4). As potencialidades do agroecossistema ficaram evidenciadas nas boas médias encontradas na disponibilidade de água e áreas com erosão, 10 (na dimensão ecológica), diversidade produtiva para o consumo da família, 9, e resistência à estiagem, 10, (na dimensão econômica) e estado de saúde dos produtores, 10, (na dimensão social) Com base nos resultados notou-se que a formação académica dos profissionais que atuam na assistência técnica em Nhocuene, deve contemplar a realidade tão diversificada dos agricultores familiares.