O presente artigo apresenta reflexões críticas acerca do planejamento do turismo de base comunitária, a partir do debate teórico dos conceitos, aplicações e sentidos do planejamento no Brasil. Para tanto, parte de algumas questões norteadoras, a saber: Quais os sentidos da participação social? Quais conhecimentossaberes se espera construir com o planejamento do turismo com as (e pelas) comunidades? Qual o papel do bacharel em turismo no planejamento do turismo de base comunitária? Acredita-se que a acepção do planejamento do turismo de base comunitária no Brasil necessita ser debatida à luz da teoria da participação social, do desenvolvimento comunitário, assim como do planejamento participativo. Essas perspectivas permitem maior clareza e leitura crítica dos processos de intervenção nos territórios ditos comunitários, o que suscita a reflexão dos limites e potencialidades da conotação da participação social. O que se pode pensar é que a política pública de turismo não legitima os sentidos genuínos da participação social. O debate teórico encaminha argumentos sobre os riscos da reprodução da lógica convencional em contextos comunitários e que incentive a autonomia nas chamadas comunidades.
RESUMO:A "questão ambiental" tem tomado a cena pública e estimulado diversos debates sobre as formas humanas de se relacionar com o mundo dito natural. O panorama contemporâneo de mal-estar perante a vida urbana conturbada tem impulsionado o desejo de "retorno à natureza" e, dessa maneira, as viagens a ambientes menos alterados têm sido procuradas e discutidas. Assim sendo, o ecoturismo vem ganhando destaque por sua proposta de se aliar ao elemento educacional a fim de superar a apreciação meramente contemplativa desses ambientes. Dessa maneira, o ecoturismo tem como ideal de sua prática a promoção de uma consciência ecológica amparada pela educação ambiental (EA). Entretanto, também é necessário relacionar o ecoturismo a temas como o consumo e a mercantilização da natureza, que culminam para que essa experiência perca seu caráter transformador e torne-se simplesmente mercadoria e espetáculo. Ademais, a EA possui diferentes vertentes de fundamentação e, assim, o ecoturismo pode basear-se em diferentes propostas educativas. A EA crítica, especificamente, apresenta-se como um projeto político-pedagógico que objetiva a formação de um sujeito (cons)ciente e capacitado a "ler e interpretar" o mundo ao seu redor, ou seja, o ambiente e as relações e conflitos inscritas nele. Dessa forma, como ação educativa, dedica-se a formação humana de um sujeito ecológico, um sujeito crítico que compreende o mundo e suas responsabilidades, assim como também age em respeito ao mundo. Então, estabelecidas as relações entre a EA e o ecoturismo buscouse analisar se o ecoturismo como prática consciente na "natureza", pode contribuir para a formação do sujeito ecológico fundamentado na EA crítica. Dessa maneira, tornou-se possível considerar a formação desse sujeito ecológico através da prática do ecoturismo apenas como uma "possibilidade". Ressaltamos, então, que o caminho para essa formação precisa fundamentarse na valorização da educação não-formal como parte legítima da formação educativa, buscando superar uma visão idealizada e superficial da natureza tanto na prática do ecoturismo, como na educação ambiental. ABSTRACTThe "environmental issue" has taken the public scene and stimulated several debates regarding the human forms of relating with the so called natural world. The discommodity contemporary view relative to the troubled urban life has driven people to nurture a desire to "return to nature" and, for this reason, the travels to less altered natural environments has been sought and debated. Therefore, ecotourism has been gaining attention due to its proposal of allying visits to nature and education in order to go beyond a mere contemplative appreciation of the environment. Thus, ecotourism has aims at promoting ecological awareness supported by environmental education. However, it is necessary to associate the activity to topics such as consumption and trade of nature that result in the loss and transformation of the experience, turning the experience into mere merchandise and entertainment. Furthermore, environmental educati...
O que é viagem? Um ato de deslocamento pelo espaço, um movimento dos sujeitos em busca de conhecimento ou, ainda, uma prática inerente às culturas desde os seus primórdios? Além da necessidade de sobrevivência, a história registra, há tempos, a realização de expedições de descobrimento, através de antigas navegações e outras de caráter religioso, como as peregrinações. Curiosamente, essas viagens eram encomendadas ou mesmo realizadas a mando de um rei ou até mesmo do Papa. Poderíamos, nesse caso, compreendê-las como obrigatórias? Qual o papel do sujeito na realização da viagem? O que podemos pensar da natureza dos movimentos das viagens? Quais seus significados na contemporaneidade? O conhecimento científico moderno afastou o sujeito do conhecimento de suas próprias experiências. O enfrentamento dessa questão nos aproximaria da compreensão da natureza das viagens e do saber turístico. O fato de autores afirmarem que em essência não houve mudança entre os tipos de turismo, na contemporaneidade, apenas confirma a nossa suspeita: a compreensão teórica profunda depende, antes de tudo, do questionamento dos pilares epistemológicos que sustentam o turismo moderno contemporâneo, assim como suas ausências. Para, se necessário, reinventá-lo usando as lentes de outro olhar. No Brasil e no contexto internacional, alguns pesquisadores tem se dedicado a tarefa de renovação e, dessa forma, contribuído com novas abordagens em torno das relações humanas e sociais inerentes às viagens. Nesse sentido, um exemplo mais recente se refere ao crescimento do interesse pela questão da experiência. Este ensaio teórico tem como objetivo apresentar o início de uma leitura crítica e criativa do significado da experiência nas viagens turísticas e apontar o potencial de uma epistemologia da viagem, de fronteira, no campo de estudos do turismo, como possibilidade de transição paradigmática.
Teses defendidas no Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFMG no 1º semestre de 2017
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