Planejou-se a presente pesquisa com o objetivo de reconstruir e validar um questionário de socialização organizacional para funcionários do setor público. Partiu-se de questionário de socialização organizacional já validado anteriormente, confrontando-o com revisão da literatura, que revelou, nos últimos 15 anos, maior ênfase na proatividade dos indivíduos, bem como na importância atribuída ao acesso a informações. Para reconstruir os itens do Inventário de Socialização Organizacional, explorou-se a linguagem de servidores em entrevistas prestadas a estudo antecedente. Reconstruíram-se os itens, tendo em vista mensurar oito fatores hipotéticos da socialização organizacional: competência, proatividade, qualificação, objetivos e valores organizacionais, história da organização, políticas, domínio da linguagem e integração com pessoas. O novo instrumento ficou com 54 itens e foi aplicado a 903 servidores públicos de duas instituições públicas. As respostas aos questionários foram submetidas à análise fatorial (técnica dos eixos principais e com rotação oblíqua), tendo sido encontrados sete fatores: Acesso às Informações (α = 0,78; r² = 0,24); Competência e Proatividade (α = 0,81; r² = 0,06); Integração com as Pessoas (α = 0,81; r² = 0,06); Não Integração com a Organização (α = 0,70; r² = 0,04); Qualificação Profissional (α = 0,71; r² = 0,03); Objetivos e Valores Organizacionais (α = 0,81; r² = 0,03); e Linguagem e Tradição (α = 0,83; r² = 0,03). A estrutura fatorial encontrada corrobora parcialmente o conjunto de fatores hipotéticos e sugere que o questionário apresenta validade e consistência satisfatória, sendo melhor do que o anteriormente disponível.
Todos os anos milhões de brasileiros são avaliados psicologicamente para conduzir veículos, com base na legislação vigente. O objetivo deste trabalho foi revisar os estudos empíricos brasileiros sobre avaliação psicológica de características da personalidade utilizados nos processos avaliativos de condutores. Identificaram-se publicações nesta temática no país, os principais temas e métodos utilizados, bem como listaram-se os procedimentos e resultados obtidos. Conclui-se que as pesquisas sobre personalidade de motoristas são escassas e restritas nos seus resultados com base na generalização, sem resultados conclusivos que justifiquem a necessidade de avaliação deste construto psicológico para conduzir veículos.
RESUMO -Este estudo analisou a possibilidade de prever infrações de trânsito cometidas por motoristas profissionais a partir dos resultados dos testes psicológicos aplicados no processo de habilitação. Coletaram-se os dados de 68 condutores que exercem atividade remunerada em dois momentos, o primeiro, na aquisição da habilitação, e, o segundo, cinco anos depois, na renovação. As análises não demonstraram diferenças significativas nos escores médios dos testes entre os grupos de motoristas com e sem registro de infração. Também não foram evidenciadas correlações significativas entre os escores dos testes e as pontuações das infrações. Concluiu-se que altos ou baixos escores nos diversos instrumentos não são critérios capazes de definir se um motorista cometerá mais ou menos atos infracionais.Palavras-chave: avaliação psicológica de condutores; validade preditiva; infração de trânsito; testes psicológicos; psicologia do trânsito. Predictive Validity of Psychological Instruments Used in Psychological Assessment of DriversABSTRACT -This study analyzed the possibility to predict traffic infractions committed by professional drivers from test results obtained during the psychological assessment procedure when applying for a license. Data was collected from 68 professional drivers on two separate occasions: upon the acquisition of the license, and five years later, upon license renewal.The analysis did not demonstrate meaningful differences in the average test scores between the groups of drivers with and without a record of infraction. Also no meaningful correlations were evidenced between the test scores and the points attributed to the infractions. It was concluded that neither high nor low scores on the several instruments constitute criteria capable to define whether a driver will commit more or less infractional acts.
O campo da avaliação psicológica de motoristas é caracterizado por dificuldades e limitações em sua fundamentação e exercício profissional, necessitando de estudos que sistematizem os conhecimentos produzidos e ofereçam sugestões de pesquisas futuras para o seu desenvolvimento. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi revisar os estudos empíricos brasileiros sobre instrumentos de avaliação psicológica de habilidades e inteligência utilizados nos processos de habilitação para conduzir veículos. Identificaram-se as publicações nestas temáticas no país, seus principais temas e métodos, bem como listaram-se os resultados obtidos. Apenas 15 publicações foram encontradas. Concluiu-se que, em cinqüenta anos, as pesquisas sobre habilidades e inteligência de motoristas trouxeram limitadas contribuições à questão da validade do processo, não sendo constatado um campo de conhecimentos sólidos em relação aos construtos e critérios da avaliação do comportamento.
Em 2012, a Psicologia completa 50 anos como profissão reconhecida no Brasil, sendo esse um momento oportuno para pensar e repensar a prática do psicólogo em suas diversas áreas. Neste artigo, analisase especificamente o desenvolvimento histórico da Psicologia do trânsito, sendo abordados acontecimentos históricos pré e pós-regulamentação da Psicologia, como a promulgação de leis, resoluções e suas respectivas alterações, a criação do Conselho Federal, dos Conselhos Regionais e da Associação de Psicologia do Trânsito, além da discussão sobre o veto presidencial à avaliação psicológica em futuros motoristas. Como conclusão, cita-se algumas iniciativas que devem ser comemoradas pela categoria, como a ampliação das oportunidades de formação profissional (cursos de perito e especializações), a participação da Psicologia em instâncias consultivas e decisivas das políticas de trânsito e os esforços do Conselho Federal para discutir e qualificar as ações dos profissionais com a elaboração de referências técnicas, a organização de debates, seminários e publicações. Sugere-se, ainda, iniciativas que devem ser aprimoradas nos próximos anos, como, por exemplo, a ampliação da discussão sobre políticas públicas de mobilidade urbana durante a graduação e a pós-graduação, a participação ativa (individual e coletiva) nos movimentos sociais sobre o tema e o modelo de atuação profissional, que incorpore outros paradigmas.
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