Trata-se de uma obra com arrojado grau de originalidade e uma eloquente preocupação com aqueles que se dedicam ao exercício do ensino, notadamente no que se refere às Lutas/Artes Marciais. Sob a acepção de um livro-experiência, sua trama procura situar epistemologicamente a Educação Física enquanto componente curricular, por efeito os saberes corporais relativos às Lutas/Artes Marciais em seu interior. Na qualidade de uma literatura didático-científica, expõe conceitos sem, porém, concebê-los linearmente, já que se assentada em uma perspectiva rizomática. Adjudica ao jogo (de oposição) uma condição sine qua non para se pensar o ensino das Lutas/Artes Marciais. Com efeito, apresenta uma proposta de organização de seus saberes, a qual desestabiliza os interditos que comumente impedem sua presença no ambiente escolar. Por certo se trata de uma contribuição que fornece subsídios para se pensar e debater o mote, porquanto, quando ensinado, tem superestimado os processos formativos mecânicos e descontextualizados, em detrimento de um ensino diversificado e que produza sentido/significado ao aprendiz. Configura-se, portanto, em uma leitura aprazível e indispensável para expansão das margens formativas.
Práticas sociais relativas às crianças negras em impressos agrícolas e projetos de emancipação de escravizados (1822-1888) SÃO À professora Maria Cristina Cortez Wissenbach, pelo seu convívio nos tempos de mestrado e por ter me apresentado a escravidão brasileira, tema extremamente fascinante.À professora Marta Carvalho e ao professor Kabenguele Munanga, pelas grandiosas contribuições no processo de qualificação.Ao Alcides e ao Beto, pelos debates no horário de almoço em Caraguatatuba-SP.Ao Ivan, Bia, Daniel e Cristiano (Gardenal), pela convivência pedagógica em Pindamonhangaba-SP.Aos amigos Vera, Graça e Mário (Jacaré) que, pelo convívio e pelas diversas provocações, contribuíram para meu crescimento científico e intelectual.Ao Quik, pela sua amizade e por nos salvar com a formatação dos trabalhos acadêmicos.Às crianças, aos professores e coordenadores do Centro Educacional Criar, pela compreensão das nossas falhas e ausências no cotidiano escolar.Ao meu pai Wander, meus irmãos Tiago e Érica, pela convivência e auxílio sempre que necessário.À minha esposa Camila, sua mãe Mariaugusta e a minha mãe Telma, por segurar a "bronca" com os baixinhos na minha ausência. Esta pesquisa de doutorado teve como objetivo empreender um estudo sobre as práticas sociais envolvendo crianças negras brasileiras durante o século XIX, mais especificamente entre os anos de 1822 a 1888, período no qual foi estabelecida uma política de "bom tratamento dos escravos" por parte dos grandes proprietários de terras, com o suposto fim do tráfico escravista entre África e Brasil. Constatamos que tais acontecimentos refletiram uma mudança de tratamento, cuidado e educação dos escravizados, principalmente em relação aos de menor idade. Foi intenção desta investigação delinear essas práticas formadoras e avaliar o seu papel na mediação das relações entre as crianças negras, suas mães e seus senhores. Para este fim, utilizamos como fonte primária um corpus documental composto por impressos agrícolas e projetos de emancipação de escravos localizados, quase em sua totalidade, no Instituto de Estudos Brasileiros -IEB/USP e na Sessão de Obras Raras da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Essas obras foram caracterizadas em relação a sua materialidade e aos seus contextos de produção e circulação. De forma concomitante, elaboramos algumas categorias analíticas com a finalidade de aprofundar a análise dos conteúdos dos materiais, tais como as relações entre educação e trabalho escravizado, a questão da família cativa e a criança, os significados dos batismos, os castigos corporais, as condições de vida das mães, os altos índices de mortalidade das crianças, a educação higiênica, os espaços de sociabilidades e as perspectivas de acesso à cidadania pelos pequenos. O aprofundamento desses temas permitiu verificar quais foram às práticas sociais que podem ter influenciado diretamente e indiretamente a formação educacional das crianças negras (sendo elas escravizadas ou não) ao longo de todo o século XIX e que, na realidade, tinham como pano de fundo a mo...
Trata-se de um artigo cujo teor retrata uma investigação científica, relativa aos aspectos formativos (relação entre ensino e aprendizado) contidos na Congada. No plano epistemológico, situamo-la como um fenômeno histórico, originalmente de matriz africana (banta, marcada pelo apreço à ancestralidade e o sagrado), que sofreu ressignificações ao se entremear com a cultura brasileira, expressada por aqueles que aqui se tornaram escravizados, que por sua vez se interligou à religião “oficial” do país, o catolicismo, sendo essa uma estratégia de sobrevivência e reinvenção. Em termos metodológicos a pesquisa se assentou sob os pressupostos qualitativos, com um desenho narrativo. Empregou três recursos para erigir os dados: observação participante; elaboração de um diário de campo e entrevistas semiestruturadas. Quanto ao lócus investigativo, tratou-se do município de Lambari/MG. Participaram do estudo oito depoentes, tendo sido eleitos em razão da influência e representação que desfrutam no espaço congadeiro da localidade, assim como em razão da atípica variedade de gênero que se encontrou na capitania deste universo festivo cultural. No que concerne aos resultados, verificou-se a existência do ensino, se bem que com certa mudança na acepção, aproximando-se mais de uma perspectiva interacionista, do que da tradicional transmissibilidade oral, essencialmente empirista. De igual modo, constatou-se que houve modificações no modo de ensinar e aprender os saberes congadeiros, aos novos aprendizes, que, apesar de alguns aspectos intuitivos no modo de aprender, tem suscitado preocupação o desinteresse em relação aos saberes (tradicionais) atinentes à congada, sob pena da descontinuidade da propagação desse patrimônio cultural (imaterial) da humanidade.
O presente texto apresenta um relato de experiência pedagógica no que diz respeito ao trabalho desenvolvido na primeira fase do Programa Residência Pedagógica (PRP) no cerne de uma universidade federal mineira. O mesmo refere-se a um programa recém-criado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cujo objetivo consiste em aproximar às instâncias formativas (escola e universidade), reelaborando as práticas de estágio supervisionado. Em relação à organização do relato propriamente, inicialmente foram tecidas algumas considerações gerais a respeito do gênero textual compreendido enquanto relato de experiência. Em seguida fez-se a exposição das diretrizes do PRP e as particularidades do núcleo no qual o trabalho pedagógico foi desenvolvido. Após, discorre-se sobre os três eixos epistemológicos sob os quais as atividades se fundamentam e, com efeito, nutriram as demais etapas do Programa. Já a seção subsequente se dedica a descrever cada uma das ações pedagógicas e seus desdobramentos, de modo que, na seção ulterior, seja possível analisar e estabelecer algumas reflexões em relação ao trabalho pedagógico realizado, cujos efeitos indicaram (de maneira auspiciosa) uma formação a qual evocou a produção de sentidos, partilha e protagonismo discente. Por fim se têm as considerações finais, momento em que exprimimos nossas impressões quanto ao caminho pedagógico realizado.
O presente texto, tecido a várias mãos, apresenta o diálogo entre duas pesquisas realizadas no programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Lavras, no que tange as relações étnico-raciais e as experienciações artísticas. O lócus do vigente estudo transita entre turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, situadas, respectivamente, no Campo das Vertentes e no Sul de Minas Gerais. Ambas investigações se pautaram nos referenciais teórico-metodológicos pós-estruturalistas e nos estudos foucaultianos para problematizar as relações de saber-poder que navegam nos engalfinhamentos, sendo enfrentamento, pulsando resistências. O material empírico foi produzido na realização de oficinas pedagógicas, previamente elaboradas, que borbulharam problematizações referentes a representatividade da negritude. Atravessados pelo teatro e pelas artes plásticas, encontramos nas expressões e falas das crianças a negação e/ou a marginalização das pessoas negras, o que nos inquietou e nos lançou a esse campo investigativo, visando problematizar as desigualdades de raça/etnia que reverberam no ambiente escolar. PALAVRAS-CHAVE: Relações étnico-raciais. Identidade negra. Arte. Políticas das diferenças.
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