Analisamos as tendências da cidade contemporânea, de expansão e dispersão aliadas à mobilidade urbana, em um aglomerado urbano brasileiro, localizado no noroeste do Paraná, Brasil. Abordamos conceitos de cidade difusa, de dispersão e de fragmentação urbana refletindo sobre as tendências de conformação regional e o papel da mobilidade urbana. Para tanto, investigamos a história da formação do território, analisamos mapeamentos de uso do solo, os eixos regionais e dados de população, de frota e de deslocamento populacional. Observamos que o município polo concentra as atividades econômicas e os movimentos pendulares, cada vez mais dependentes do transporte individual de passageiros. Com a instalação de grandes polos de atração em áreas periféricas, a partir de fluxos regionais que produzem novas centralidades, percebe-se a tendência de abandono do forte caráter polarizador para relações de fluxos mais horizontais.
Analisamos a atuação do Movimento Economia e Humanismo no Brasil com base nas ações da Sociedade para Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais (SAGMACS), investigando as filiações teóricas e metodológicas em trabalhos elaborados pelo grupo para o estado do Paraná, entre 1955 e 1958 e em 1963. Esses trabalhos, realizados no campo disciplinar do planejamento urbano e regional, visavam à modernização do estado e de sua máquina administrativa e ao desenvolvimento econômico. Destacamos a relevância da SAGMACS no planejamento do território brasileiro considerando as publicações do Movimento Economia e Humanismo e de outros pensadores, cotejadas com a literatura que evidenciou as matrizes conceituais do grupo fundado na França, em 1941. Foi possível verificar que as ações da equipe coordenada por Louis-Joseph Lebret contribuíram para a institucionalização do planejamento regional no Brasil, para a formação de instituições de urbanismo e órgãos de assistência técnica, além de resultarem na reorganização do território do Paraná, indicando o planejamento dos seus polos regionais.
A partir da construção histórica local, o presente artigo analisa o início de Maringá dando ênfase aos princípios norteadores e às ações estatais sobre a habitação popular durante a estruturação do território urbano. Buscou-se estabelecer, a partir da pesquisa historiográfica, um discurso que permeasse a trajetória das ações estatais, dos agentes envolvidos, dos discursos, dos conflitos, das orientações das legislações urbanísticas e os resultados no território urbano de Maringá de 1947 até 1964. Os princípios que nortearam o plano inicial de Jorge Macedo e, posteriormente, as ações do poder público municipal formalizaram uma gênese excludente na estrutura urbana, com iniciativas desconexas a uma política pública habitacional que apenas responderam às pressões imobiliárias e ao ideário de cidade bela, moderna e ausente de “mazelas”. A historiografia oficial do início de Maringá pouco expõe a realidade da população de baixa renda, entretanto, desde de sua origem, a cidade transbordava-se em problemas sociais e desenvolvia-se com a presença diversos núcleos precários e de extrema pobreza, sistematicamente ignorados pela história urbana.
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