RESUMO:Este artigo faz uma discussão acerca da medicalização escolar presente no mundo contemporâneo e sua relação com o movimento higienista implantado como política pública no início do século XX, como também, a participação dos laboratórios farmacêuticos no crescente aumento do uso de psicotrópicos na infância. A união composta entre a saúde e a educação produz um olhar biologizante que estigmatiza e individualiza àqueles que apresentam dificuldades no âmbito escolar. Respaldados por uma visão hegemônica, tal prática sustenta uma maquinaria proveniente de uma tecnologia política que domina e abre brechas para a governamentalidade. Assim, este trabalho destina-se a discutir o processo de patologização e medicalização da infância e suas implicações no campo das políticas públicas à luz da teoria Genealógica de Michel Foucault, que por meio da Biopolítica faz uma crítica alusiva à escola por essa tendência em desrespeitar as subjetividades com condutas policialescas "em defesa" de uma sociedade que desconsidera as relações interpessoais e se posiciona como um aparato regulamentador.
PALAVRAS-CHAVE:Medicalização. Políticas públicas. Biopolítica. Educação.
RESUMEN:Este artículo hace una discusión sobre la medicalización escolar presente en el mundo contemporáneo y su relación con el movimiento higienista implantado como política pública a principios del siglo XX, así como la implicación de laboratorios farmacéuticos en el creciente aumento en el uso de psicotrópicos en la niñez. La Unión compuesta por la salud y la educación produce una mirada biologizante que estigmatiza e individualiza a quienes presentan dificultades en la escuela. Respaldada por una visión hegemónica, esta práctica sustenta la maquinaria de una tecnología política que domina y abre lagunas para el gobierno. Así, este trabajo pretende debatir el proceso de 1 Doutora em Educação e Pós-Doutoranda em Psicologia da Educação
O presente texto aborda criticamente o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o qual preocupa pelo crescente número de encaminhamentos. Respaldado por uma visão hegemônica e medicalizante, o diagnóstico de tal patologia conquistou espaço na atualidade e atinge diretamente a educação, pois transfere para o campo da saúde questões provenientes do campo educacional. Na busca por solucionar a indisciplina e os problemas de aprendizagem, desloca-se de uma discussão político-pedagógica e utiliza-se a administração de medicamentos conhecidos como “drogas da obediência”. Desta forma, este texto pretende disparar uma reflexão sobre a patologização e a medicalização da infância como, também, ressaltar brevemente alguns mecanismos de controle que foram instaurados ao longo do tempo e suas implicações ao desenvolvimento moral da criança. Para tanto, emprega-se nesta discussão peculiaridades da posição genealógica de Foucault e da teoria construtivista de Piaget.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v25i1.2724
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