A agricultura familiar na Região da Campanha contrasta com a agricultura convencional, e é impulsionada tanto pelas questões ambientais, quanto pela geração de emprego e renda. O objetivo geral do trabalho foi identificar de que forma as propriedades rurais são geridas pelos agricultores familiares do Assentamento do Upacaraí no município de Dom Pedrito-RS, em relação as questões ambientais. A análise das informações coletadas foi realizada a partir das transcrições das entrevistas, das anotações, registros fotográficos e de observações realizadas nos momentos vivenciados nas propriedades junto aos agricultores. Com o objetivo de validar matematicamente as informações coletadas, foi utilizado a Análise do Componente Principal (ACP). Foram entrevistados nove agricultores residentes no Assentamento Upacaraí. Foi gerado um diagrama de ordenação por componentes principais, onde foi possível observar que formaram-se três grupos distintos de agricultores familiares, sendo dois grupos isolados formados por um único agricultor, caso do agricultor 2, que relativamente não leva em consideração questões produtivas nem ambientais, e agricultor 6 que considera relevante a produção mas pouco importante as questões ambientais. O terceiro grupo foi formado pelos demais agricultores, todos preocupados com a gestão ambiental, mas divergem entre si quanto as questões produtivas.
O artigo analisa os desafios existentes, no Brasil, com relação à institucionalização das indicações geográficas de produtos agroalimentares, tomando por base, a experiência europeia. A recente expansão no número de experiências de diferenciação não tem sido capaz de engendrar mudanças requeridas para estabilizar um sistema que, atualmente, mostra-se extremamente frágil e carente de coordenação. O estudo baseia-se em entrevistas realizadas com atores sociais ligados a diversas iniciativas de indicações geográficas da Espanha (Andaluzia) e do Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).
Esse artigo aborda a questão da construção dos sinais distintivos de mercado, mormente das indicações geográficas de produtos agroalimentares como um instrumento para o desenvolvimento dos territórios e/ou das regiões essencialmente rurais. A abordagem leva em conta duas experiências relativas ao estado do Rio Grande do Sul a partir de uma análise comparativa que expõe seus respectivos avanços e debilidades. A pesquisa baseou-se em entrevistas realizadas entre os anos 2008 e 2012 com diversos atores sociais ligados a ambas as iniciativas. O estudo mostra que isoladamente tais dispositivos não são suficientes para a ampliação dos horizontes em regiões marcadas por uma racionalidade individualista e pouco aberta à cooperação.
RESUMO O artigo analisa os desafi os existentes, no Brasil, com relação à institucionalização das indicações geográfi cas de produtos agroalimentares, tomando por base a experiência europeia. A recente expansão no número de experiências de INTRODUÇÃODurante muito tempo, admitiu-se que o combate às falsifi cações seria uma condição necessária e sufi ciente para justifi car o surgimento das indicações geográfi cas (doravante referidas como IG) na produção agroalimentar do velho mundo, sobretudo no caso da produção vitivinícola. No presente trabalho, trataremos de mostrar que a realidade atual ultrapassa os limites desse entendimento. Antes, porém, convém sopesar alguns aspectos.O caso do Vinho do Porto é emblemático para introduzir a discussão que enseja o presente trabalho. A produção de vinhos, na região do Douro, segundo registros arqueológicos, remonta ao século III. Transportado pelos famosos barcos rabelos, o precioso líquido chegava aos entrepostos da cidade do Porto para sofrer a adição de aguardente e açúcar antes de ser fi nalmente exportado à Inglaterra. Foi pela mão do Marquês de Pombal que ocorreram as grandes transformações que culminaram, em 1756, com a criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, cujos objetivos eram: assegurar a qualidade do produto, evitar adulterações, regular a produção e o comércio do produto e estabilizar os preços praticados à época. São esses os aspectos que resumidamente aparecem associados ao surgimento, em termos históricos, da primeira iniciativa de delimitação da área de produção, materializada na instalação de marcos de pedra que indicavam as áreas mais adequadas para a produção vinícola, bem como do cadastro dos produtores. Existe amplo consenso de que o caso em tela, que conecta duas regiões distintas da geografi a lusitana (Douro e Porto), representa, em
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