O objetivo deste artigo é compreender as práticas agropecuárias e extrativistas que são desenvolvidas pela agricultura familiar para viabilizar atividades produtivas e de reprodução das suas condições de vida no Semiárido brasileiro. Para tanto, foram realizadas a sistematização e a análise de dados do Censo Agropecuário 2017 do IBGE para identificar características sociais, produtivas e ambientais nos estabelecimentos de agricultura familiar no território semiárido. Verifica-se que, apesar das potencialidades desse modelo de agricultura, suas fragilidades e carências expressam heranças históricas estruturais que pressionam para a intensificação do uso dos recursos naturais aos quais têm acesso. Dessa forma, permanecem grandes desafios para uma transição agroecológica nos estabelecimentos de agricultura familiar, o que exige mudanças estruturais nas políticas públicas de desenvolvimento regional.
ResumoO trabalho tem por objetivo averiguar o Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), mostrando a sua configuração espacial na distribuição do crédito entre regiões geográficas brasileiras, por modalidades de investimentos e custeios e por faixa de valor. Para a realização do estudo foram coletados dados junto ao Banco Central para o período entre 2013 a 2016. Os resultados mostram certa paridade na distribuição de contratos entre estados, já no volume de recursos foi verificada uma desigualdade na distribuição do crédito. Com relação às modalidades, constatou-se uma discrepância entre as regiões na distribuição de crédito, tanto na modalidade de investimento quanto na de custeio. Dentre as regiões, a região Nordeste é a que se mostra menos favorecida pela distribuição espacial do crédito do programa, apesar de ter um grande número de contratos realizados pelo programa, o que pode impactar em seu desenvolvimento, tendo em vista o papel importante que este desempenha na dinamização dos processos econômicos.Palavras-chave: PRONAF. Desenvolvimento. Crédito Rural. Nordeste.
Diante da transição do regime alimentar em direção a um modelo mais sustentável, que busca harmonizar a produção e distribuição, tem-se observado o surgimento de experiências locais que propõem formas alternativas de distribuir os alimentos. Sendo assim, este estudo tem por objetivo compreender a formação das Redes Alimentares Alternativas, analisando o caso da Central de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária no Rio Grande do Norte. As fontes utilizadas foram: documentos e entrevistas semiestruturadas com agricultores, consumidores e a gestora da organização. A partir dessas informações, foi possível descrever a atuação da CECAFES no ano de 2017. A experiência, apesar de recente, apresenta impactos positivos para os produtores. Foi possível constatar que esses conseguiram romper com a dependência em relação ao atravessador; os produtores são conduzidos a fornecer produtos mais confiáveis, com o objetivo de atender a demanda do seu consumidor; esses agricultores gozam de maior independência financeira, dado que eles recebem maior parte do dinheiro no curto prazo. No entanto, apesar do êxito da Central, ainda são muitos os desafios, tais como a falta de políticas públicas que potencializem a experiência; problemas relacionados a sazonalidade dos produtos; o consumidor ainda não é devidamente consciente; bem como há a ausência de campanhas com o objetivo de incentivar o consumo de produtos oriundos da agricultura familiar.
Palavras-chaves: Redes alimentares alternativas. CECAFES. Agricultores. Consumidores.
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