A abordagem pós-colonial à Carta aos Efésios, vem aqui centrada na sua perícope conclusiva. Esta perícope, identificada uma peroratio em termos de análise retórica, é considerada a conclusão não somente do capítulo 6, mas de toda a segunda parte da Carta, de caráter exortativo. Entre os diversos métodos e abordagens, aquela pós-colonial é atual, útil e necessária, convergente nos diversos caminhos entre os autores. Aqui propõe-se um dos itinerários possíveis, mas em texto anterior do autor, neste periódico, o qual vem citado, expôs-se a origem, a conceituação, as ligeiras variantes, as relações traçadas e uma bibliografia abrangente desta abordagem. Neste texto, a exegese consensual identifica a luta dos cristãos contra poderes espirituais, cósmicos, sobrenaturais, hostis, mas há autores já considerados clássicos e outros, tão recentes como significativos, que identificam poderes terrestres sociais e políticos, centrados no poder de Roma e no culto do imperador. Identifica-se que o reino proposto em Efésios é contra imperial, contra cultural e não deve ser simplesmente espiritualizado. As consequências hermenêuticas podem inspirar com notável relevância a ação das famílias, comunidades, movimentos sociais e populares.
