Nas décadas de 70 e 90, nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), ocorreu um tradicional torneio de futebol amador do Vale do São Francisco: o BAPE. O objetivo deste artigo é interpretar seus significados socioculturais através da oralidade de seus protagonistas. Por meio da história oral foi possível acessá-los a partir das narrativas de dois jornalistas e três jogadores que vivenciaram o BAPE. Por meio destas memórias foi possível ampliar a compreensão do evento revelando outras nuances sobre suas organizações internas, a gênese do torneio, a dinâmica das equipes na contratação dos jogadores, as narrativas pessoais, seus símbolos e rituais, a dimensão simbólica dessa experiência na vida dos protagonistas e suas percepções a respeito das razões que culminaram com o seu término. Isso nos permitiu reescrever nossa versão da história do mais tradicional torneio do futebol do Vale do São Francisco.
Arthur Friedenreich é um dos primeiros ídolos na memória do futebol brasileiro. No que diz respeito à escrita da história deste esporte no Brasil às voltas com os mecanismos da identidade nacional, qual leitura podemos fazer sobre a apresentação do seu principal personagem nas primeiras décadas do século XX? A fim de responder a esta pergunta, o objetivo deste artigo é analisar os escritos e as imagens sobre o ex-jogador Arthur Friedenreich em museus da cidade de São Paulo. Como fontes, utilizou-se o conteúdo de três exposições dessa cidade. Para a análise das imagens fotográficas, baseamo-nos em conceitos de sentido denotativo e conotativo presentes em uma imagem fotográfica e, para textualidades, em uma análise documental. Os resultados revelaram que estas exposições procuraram apresentar o ex-jogador como um dos heróis negros ou mulatos do futebol que, pela competência e mérito no jogo, contribuiu não só para a democratização da modalidade no país, mas também expressou a especificidade do “racismo à brasileira”. Recorrentemente rememorado pelos museus que guardam a memória do futebol brasileiro, a biografia de Friedenreich chama a atenção para o sucesso do primeiro grande ídolo como orgulho étnico e nacional do país, ao mesmo tempo em que revela as ambiguidades da identificação racial no Brasil.
De que maneira os museus enquanto lugares da memória de Luiz Gonzaga representam sua participação no processo de mediação cultural das danças regionais – xote, xaxado e baião –para o restante do país? A fim de responder a esta questão, nosso objetivo foi analisar o papel dos museus que tematizam a biografia de Luiz Gonzaga como instrumento de preservação histórica das danças do Sertão do Nordeste brasileiro. Para tanto, tomamos como conteúdo cinco matérias, oito fotos, um filme e uma letra musical encontradas em três museus nas cidades de Exu, Serra Talhada e Recife no estado do Pernambuco – Brasil. Além das fontes documentais, valemo-nos da entrevista semiestruturada para captar a visão dos dirigentes dos museus. Concluímos que as matérias sobre Luiz Gonzaga nas fontes documentais cumprem a função pedagógica do ensino destas danças através de suas ações de preservação, contribuindo para o processo de expansão das danças regionais no resto do país.
RESUMO A pesquisa tem como objetivo compreender os significados históricos e socioculturais de um torneio de futebol denominado BAPE - o nome designa as siglas dos estados da Bahia e Pernambuco - ocorrido nas cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. A metodologia apoia-se na Nova História Cultural, compreende publicações periódicas (da década de 1980) na imprensa escrita como fonte de pesquisa e o tratamento dos dados foi realizado pela análise documental de matérias jornalísticas que noticiaram o evento. Essas matérias refletem o quão importante foi o torneio, por ser uma iniciativa inédita que consistia em opor suas equipes de futebol amador, ritualizando sentimentos de vizinhança e rivalidade entre as cidades, compondo uma agenda esportiva e de sociabilidade para o Vale do São Francisco.
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar os motivos que levaram ao encerramento do BAPE, tradicional torneio de futebol amador que se diferenciava pelo fato de opor times das cidades Juazeiro-BA e Petrolina-PE no Sertão do Rio São Francisco. O BAPE foi realizado entre as décadas de 1970 a 1990. A análise documental de matérias jornalísticas revelou uma tradição futebolística ritualizada por vinculações identitárias, sentimentos de vizinhança e rivalidade entre as cidades. Com a presença de desordens internas e violências física e simbólica, o torneio perde espaço na agenda esportiva. Seus protagonistas vivenciaram seu declínio, associado a outros problemas e a profissionalização do futebol, extinguindo um evento de grande relevância na história do futebol são franciscano. Palavras-chave: Futebol. Juazeiro-BA. Petrolina-PE.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.