Este texto é resultado de um estudo realizado pelo GEFuT – Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas – com 12 Torcidas Organizadas de Minas Gerais. Buscou-se conhecer as manifestações, relações inter, intratorcidas, com a sociedade e com o clube e organização de TOs do Atlético(5 TOs), Cruzeiro (5 TOs), e Ipatinga (2 TOs), participantes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2008. Foram realizadas visitas aos estádios e entrevistas com diretores das TOs. O universo das TOs revelou-se heterogêneo, ressaltando a necessidade de maiores investigações que auxiliem na compreensão deste universo e na promoção de políticas públicas eficientes para estes grupamentos.
Nas décadas de 70 e 90, nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), ocorreu um tradicional torneio de futebol amador do Vale do São Francisco: o BAPE. O objetivo deste artigo é interpretar seus significados socioculturais através da oralidade de seus protagonistas. Por meio da história oral foi possível acessá-los a partir das narrativas de dois jornalistas e três jogadores que vivenciaram o BAPE. Por meio destas memórias foi possível ampliar a compreensão do evento revelando outras nuances sobre suas organizações internas, a gênese do torneio, a dinâmica das equipes na contratação dos jogadores, as narrativas pessoais, seus símbolos e rituais, a dimensão simbólica dessa experiência na vida dos protagonistas e suas percepções a respeito das razões que culminaram com o seu término. Isso nos permitiu reescrever nossa versão da história do mais tradicional torneio do futebol do Vale do São Francisco.
Este artigo tem como objetivo refletir sobre aspectos específicos da categoria da literatura surda chamada Visual Vernacular. Nossa proposta é a de estudar as suas especificidades e compreender os seus modos de organização estética. Além disso, intentamos pensá-la no âmbito de sua inserção no cenário cultural e artístico da contemporaneidade, pois acreditamos na necessidade de refletir sobre as manifestações literárias concernentes às expressões culturais surdas e às línguas de sinais em uma perspectiva ampla, que não a restrinja à mera leitura impressionista, mas que a considere dentro de um contexto pós-moderno de produção e de circulação cultural no qual ela ocupa um lugar, para além da dimensão solipsista. Para tanto, três conceitos contribuirão para o nosso esteio teórico: a noção de Contemporaneidade, a partir da proposta de Terry Smith (2013), que a percebe em uma dimensão plural, política e em construção; a percepção da inespecificidade da forma artística contemporânea, postulada por Florência Garramuño (2014), que nos ajudará a pensar sobre a experimentação estética pertinente à literatura surda, em sua dimensão tridimensional e performática; e a visão de hibridismo cultural proposta por Néstor Garcia Canclini (2006), que rechaça a possibilidade de pureza cultural e a contrapõe à presença da labilidade das fronteiras culturais e do deslocamento dos bens simbólico na pós-modernidade.
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