A introdução de espécies exóticas tem provocado grandes impactos aos ecossistemas brasileiros (ZENNI e ZILLER, 2011; FABRICANTE et al., 2017). Só no Estado de Sergipe foram inventariadas recentemente 83 espécies não nativas, muitas delas, capazes de afetar negativamente a biodiversidade autóctone e causar prejuízos econômicos substanciais (FABRICANTE et al., 2021). Desta forma, identificar modelos eficientes para a recuperação de ambientes invadidos por essas espécies é uma necessidade urgente. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de espécies nativas plantadas em alta densidade em sítio invadido por espécies exóticas invasoras no Parque Nacional da Serra de Itabaiana, importante unidade de conservação do Estado de Sergipe. O local de estudo encontra-se em uma região de transição entre Mata Atlântica e Caatinga (SOBRAL et al., 2007). Segundo a classificação de Köppen-Geiger o clima regional é tropical com verão seco e inverno com excedente hídrico e a precipitação média anual é de ±1.200 mm. Os solos e o relevo variam bastante. Em julho de 2018 foram removidas de forma mecânica (corte raso e roçado) todas as plantas não nativas (as espécies predominantes eram Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit, Megathyrsus maximus (Jacq.) B.K.Simon & S.W.L.Jacobs e Urochloa brizantha (Hochst. ex A.Rich.) R.D.Webster) de uma área de aproximadamente 200 m² e em seguida foram plantadas 456 mudas das espécies Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P. Queiroz, Licania tomentosa (Benth.) Fritsch, Syagrus coronata (Mart.) Becc., Cassia grandis L.f., Anacardium occidentale L. e Schinus terebinthifolia Raddi. Anualmente essas plantas foram contabilizadas e medidas (diâmetro a altura do solo e altura total). Com esses dados foi calculada a taxa de sobrevivência das mudas e avaliado o desenvolvimento das mesmas. As espécies que apresentaram maior taxa de sobrevivência foram L. ferrea (84,48%) e S. terebinthifolia (78,46%). Já A. occidentale (28,57%) e L. tomentosa (42,25%) foram as que exibiram as menores taxas. O táxon que apresentou maior desenvolvimento do caule (6,19±2,51 cm) e crescimento (440,37±113,45 cm) foi S. terebinthifolia. As espécies que exibiram melhor desempenho no presente estudo são apontadas pela literatura como plantas adaptadas a diferentes condições edafoclimáticas e de conservação, o que justifica esses resultados. Portanto, conclui-se que esses táxons são indicados para a recuperação de áreas invadidas por espécies exóticas invasoras na região onde o estudo foi desenvolvido.
A Restinga é um importante ecossistema brasileiro que vem sendo acometido por problemas ambientais, a exemplo das invasões biológicas. Assim, objetivou-se com o presente trabalho realizar um levantamento das espécies naturalizadas e exóticas invasoras ocorrentes em sítios de Restinga no Nordeste brasileiro. Foram realizadas expedições em nove cidades de seis estados nordestinos. O levantamento ocorreu através de caminhadas (busca ativa) onde as espécies foram registradas por fotografias. Cada espécie foi classificada como naturalizada ou exótica invasora através de observações in situ e literatura específica. A composição de espécies das áreas foi comparada através da Similaridade de Jaccard (Sj) em três situações: lista completa, apenas as exóticas invasoras e apenas as naturalizadas. O teste de Mantel foi realizado para verificar se o tamanho e a distância entre áreas influenciaram nos resultados da similaridade. Foram amostradas 42 espécies, sendo 33 exóticas invasoras e nove naturalizadas. As espécies Leucena leucocephala (Lam.) de Wit, Terminalia catappa L. e Cenchrus echinatus L. foram as únicas com ocorrência em todas as áreas. A similaridade florística variou bastante entre as situações testadas. O teste de Mantel não apresentou valores significativos. Nossos achados são preocupantes, em razão do elevado número de espécies e da alta quantidade de exóticas invasoras.
Introdução: É notório que a internet é atualmente a principal fonte instrucional para muitas pessoas. Por meio dela é possível acessar de forma simples e rápida milhares de páginas sobre os mais variados assuntos. Em contrapartida, nem todo conteúdo disponível na internet é confiável ou adequado. Objetivo: Em vistas disso, nosso objetivo foi avaliar a qualidade e profundidade das informações sobre invasão biológica presentes em distintos sites. Material e métodos: Para isso foram selecionados seis sites em razão do grande número de acessos que apresentam (entre parênteses está a data da publicação das matérias nos respectivos sites): Wikipédia (17/08/2017), eFlora Web (27/09/2018), OECO (19/04/2020), IBAMA (27/12/2019), Ambiente Brasil (30/06/2016) e Smithsonian (10/01/2020). Na avaliação do conteúdo dos sites, buscou-se as seguintes informações: (i) conceito de invasão biológica; (ii) definição dos termos espécie nativa, exótica, naturalizada, exótica invasora e equivalentes; (iii) exemplos de espécies exóticas invasoras; (iv) importância do tema invasão biológica. Resultados: Os sites Wikipédia, eFlora Web, IBAMA e Ambiente Brasil abordaram de forma correta o conceito de invasão biológica. Já OECO e Smithsonian não apresentaram essa informação. Não foram encontradas as definições de espécie nativa, exótica, naturaliza, ou equivalentes nos sites consultados. Contudo, eFlora Web, OECO, IBAMA, Ambiente Brasil e Smithsonian apresentaram (e de forma correta) a definição de espécie exótica invasora. Todos os sites, com exceção do Smithsonian, exibiram exemplos de espécies que causam as invasões biológicas. O mesmo se repetiu para importância do tema em questão. Os sites falaram dos impactos das espécies exóticas invasoras sobre a biodiversidade, saúde humana e animal, agricultura, pecuária e economia. Conclusão: Segundo a avaliação realizada, nenhum site apresentou todas as informações consideradas pelos autores do presente estudo como essenciais para a plena compreensão do tema invasão biológica. Por ser um assunto de extrema relevância e ainda pouco conhecido do público geral, é necessário que os conteúdos disponíveis nesses sites sejam atualizados e ampliados.
Introdução: O uso exacerbado de produtos químicos na produção de alimentos vem trazendo inúmeros problemas ambientais, econômicos e a saúde humana. Assim, é preciso buscar alternativas ao uso desses produtos. Objetivo: O objetivo do nosso estudo foi avaliar o desenvolvimento de Lactuca sativa var. crispa L. em substratos contendo diferentes concentrações de casca cozida e moída da castanha de cajú. Material e métodos: Inicialmente foi formulado um substrato composto por terra (50%), areia (30%) e esterco bovino curtido (20%). A ele foram adicionadas doses crescentes da casca cozida e moída da castanha de cajú, formando, assim, seis tratamentos (T1 – 100% do composto; T2 – 90% do composto + 10% de casca moída; T3 – 80% do composto + 20% de casca moída; T4 – 70% do composto + 30% de casca moída; T5 – 60% do composto + 40% de casca moída; T6 – 50% do composto + 50% de casca moída). Os tratamentos foram dispostos em delineamento em blocos casualizados, sendo 3 blocos e 5 réplicas por bloco cada tratamento. As leituras foram feitas semanalmente durante 16 semanas, onde foram aferidos o diâmetro do colo e altura das plantas e contabilizado o número de folhas. Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância seguido de teste de média (Tukey - p ≤ 0,05). Resultados: Houve diferenças significativas entre os tratamentos para as varíaveis diâmetro do colo (F = 15,7; p maior que 0,01) e número de folhas (F = 2,3; p = 0,04). Os tratamentos T1 (0,86±0,09 cm), T2 (0,86±0,16 cm), T3 (0,80±0,09 cm) e T4 (0,60±0,11 cm) foram estatisticamente iguais entre si e apresentaram médias maiores quando comparadas aos tratamentos T5 (0,20±0,10 cm) e T6 (0,01±0,08 cm). Já para a varável número de folhas, os unicos tratamentos que se diferenciaram foram o T1 do T6, sendo a maior média observada para o tratamento testemunha (6,26±1,08 folhas). Conclusão: Nossos resultados sugerem que doses mais elevadas da casca cozida e moída da castanha de caju não são indicadas para a formulação de substratos para a produção de alface.
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