Esta dissertação aborda, como objeto, a constituição do sujeito, embasada na teoria psicanalítica pós-lacaniana, em especial por meio dos Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI). A partir daí, discuto as formas como os indicadores lidam com os pontos de impasse advindos do desenvolvimento psíquico. Reflito, também, acerca das tensões (1) entre o método clínico e o método experimental; (2) entre sujeito do inconsciente e subjetividade e; (3) entre o saber decantado da clínica psicanalítica e da saúde mental quanto ao cuidado com crianças. Nesta pesquisa, o objetivo foi refletir acerca das produções acadêmicas existentes sobre os Indicadores de Risco e os rastros do sujeito do inconsciente nos IRDI. A hipótese norteadora disserta a respeito do rastro que só é possível naquilo que o sujeito do inconsciente impõe, de si, no campo da representaçãoou seja, no semidito, na meia-verdade-, tolhendo qualquer objetivo de completude ou de juízo nos aspectos metodológicos dos Indicadores. Foram abarcadas, na fundamentação teórica, as noções de detecção de risco, intervenção precoce, primeira infância, crescimento, maturação, desenvolvimento e constituição do sujeito pertinentes à construção dos IRDI e sua relevância nos trabalhos acadêmicos que lhe rendem referência. Com relação aos eixos de constituição, esta investigação fundamentou-se na suposição do sujeito, no estabelecimento de demanda, na alternância entre presença e ausência e na função paterna. Foi possível perceber diversos movimentos frente às tensões problematizadas, alguns no sentido de tamponar a diferença entre os diversos campos de saberes, outros no sentido de escancará-los a uma prática. Entendo que é possível bordear os rastros do sujeito como proposto neste trabalho, mesmo nos movimentos de tamponamento. Para a fundamentação teórica, foram imprescindíveis estudos de Jacques Lacan, Julieta Jerusalinsky e Ângela Vorcaro.
ResumoEste trabalho surge do retorno à teoria psicanalítica pelo método de diagnóstica não-toda. Ensejamos nos aproximar do que resiste à teorização, questionando os seus limites para regressar à prática clínica e produzir novas respostas acerca da noção do real na própria teoria da constituição do sujeito. Em termos metapsicológicos, podemos observar três dimensões de construção teórica sobre a constituição do sujeito: (1) as estruturas ontológicas, como o Real, o Simbólico e o Imaginário, em sua lógica de trançamento -aspecto topológico; (2) as estruturas antropológicas, como metáfora paterna, falo e significante em sua perspectiva estrutural -aspecto dinâmico; e (3) a noção de objeto a e as posições discursivas que permitem a passagem entre as estruturas ontológicas e antropológicas -aspecto econômico. Apresentamos as construções dinâmicas e topológicas sobre a constituição do sujeito e questionamos a ausência de trabalhos acerca do aspecto econômico.Palavras-chave: metapsicologia; constituição do sujeito; diagnóstico diferencial. Abstract This work comes from the return to psychoanalytic theory by the non-whole diagnostic method. We aim to approach of what resists theorizing, questioning its limits to return to clinical practice and to produce new answers about the notion of the real in the theory
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