A obra "O ano em que sonhamos perigosamente" é composta por oito ensaios de Slavoj Zizek (Da dominação à exploração e à revolta; O "trabalho de sonho" da representação política; O retorno da má coisa étnica; Bem-vindo ao deserto da pós-ideologia; Inverno primavera, verão e outono Árabes; Occupy Wall Street, ou o silêncio violento de um novo começo; Th e Wire, ou o fazer em épocas não eventivas; Para além da inveja e do ressentimento), apesar de o livro ser divido em ensaios, há um todo coerente que mantém o mote de análise. Nessas refl exões, o autor, de forma segura, por não estar afastado dos acontecimentos, vai recuperando fatos da história e traçando questões fi losófi cas e psicanalíticas em torno dos movimentos e ondas de protestos ocorridos em 2011 ao redor do mundo.A escolha do título confi gura-se como provocação, pois, ao se deparar com essa sequência de palavras, o leitor fi ca aguçado e curioso para conhecer a obra, imediatamente também procura saber que ano é esse em que sonhamos perigosamente e busca, em sua memória, acontecimentos histó-ricos que poderiam sinalizar para tal título. Entretanto, ao adentrar o texto, descobre que os fatos narrados e analisados pelo fi lósofo são recentes, pois se tratam dos movimentos e ondas de protestos ocorridos em 2011, tais 1 Mestrando em Linguística -UNICENTRO/PR 2 Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora na UFPR.
Resumo: O texto situa-se no campo do discurso político e, teoricamente sustentado na Análise do Discurso, ocupa-se em compreender se a posse de Dilma Rousseff na presidência do Brasil (2011) se constituiu como um acontecimento discursivo ou enunciativo. A questão que nos instiga é se o fato de ela ter sido a primeira mulher a ocupar o lugar da presidência, revestido de características também singulares, permitir-nos-ia afirmar que estaríamos diante de um acontecimento discursivo nos moldes do que preceitua Pêcheux
Este artigo se propõe a debater acerca das implicações de pressupostos materialistas para se pensar questões atinentes à emergência de diferentes registros linguísticos no corpo social. A diversidade linguageira é considerada, aqui, desde uma dimensão política, da divisão social dos sujeitos, da língua e dos próprios sentidos por ela produzidos. A diferença não emerge desvinculada do dissenso, que traz ao debate a discussão, sempre profícua, entre língua e luta de classes. As materialidades discursivas que analisamos para problematizar as relações de força nas quais os usos linguísticos estão inseridos são recortes de narrativas fílmicas. A partir delas são pautadas questões como o estatuto da língua em espaços de resistência; a diversidade linguageira e o ideal de correção; a diversidade de usos e exclusão dos sujeitos falantes e o imaginário que constitui os usos escritos e formais nas sociedades letradas. A esse conjunto de questões subjaz, como ponto de convergência, a dimensão política da língua, elemento que entendemos nodal nos debates que pautam a língua enquanto objeto de ensino.
Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia * "Desmistificar não é o mesmo que desmascarar" (p. 9). Essa é, pode-se dizer, a síntese do que se propõe a obra Repensando o Círculo de Bakhtin, de Craig Brandist, especialista em teoria cultural e história de intelectuais russos e soviéticos, atualmente diretor do Bakhtin Centre e professor do Departamento de Russo e Estudos Eslavos da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Fruto da junção de textos publicados inicialmente entre 1999 e 2008, conforme anuncia o autor na apresentação do livro, o gesto de organizá-los em uma unidade, no ano de 2012, na edição brasileira de responsabilidade da Editora Contexto (São Paulo), abre a possibilidade de o autor revisar-se a si próprio, com a chancela do distanciamento temporal, e afirmar: "Como acontece com qualquer coletânea de artigos escritos ao longo de um período, ela (a coletânea) contém trabalhos que não seriam escritos hoje e, se fosse escrever um artigo sobre qualquer desses tópicos específicos, ele seria, com certeza, muito diferente" (p. 9). Mas toda escrita é tributária de seu tempo, em que pesem os lugares de ruptura e de resistência, e a obra de Bakhtin também não poderia deixar de sê-lo. O título Repensando o Círculo de Bakhtin já fornece ao leitor pistas acerca de possíveis contribuições da obra. E uma delas é problematizada pelo autor já na apresentação. Trata-se da própria
RASIA, Gesualda dos Santos. A prática do(a) selfie e modos de subjetivação na contemporaneidade. Linguagem em (Dis)curso -LemD, Tubarão, SC, v. 16, n. INTRODUÇÃOTrês episódios com, minimamente, um ponto de convergência: a produção do(a) selfie. Um deles, o realizado no velório do então presidenciável Eduardo Campos, gerou indignação nas redes sociais. O realizado na exposição "Gênesis", redundou na bemfundamentada indignação do próprio envolvido: o fotógrafo Sebastião Salgado: "Há seis meses, eu abri uma exposição e as pessoas vinham conversar comigo, pediam um autógrafo, trocavam ideias. Agora acabou. Cada pessoa te agarra e quer tirar selfie", desabafou em reportagem constante na Folha de S.Paulo. Já o terceiro, trata-se daquele praticado (ou sugerido que seja praticado) por casais, na Pont Des Arts, em Paris, em virtude do problema que o peso dos cadeados, costumeiramente colocados no arco da ponte, está causando à sua estrutura.Os eventos midiáticos são assumidos enquanto motes, conforme já dito, porque representativos de um modo de ser. Assim, o trajeto teórico-analítico circunscreve as condições históricas mais amplas nas quais emerge a prática do(a) selfie e também atenta a particularidades relativas à questão do gênero e da agentividade da designação,
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