A Teoria das Representações Sociais (TRS), desenvolvida no âmbito da Psicologia Social, tem oferecido um importante aporte teórico aos pesquisadores que buscam compreender os significados, e os processos neles imbricados, criados pelos homens para explicar o mundo e sua inserção dentro dele. Entretanto, em que pese o número de pesquisas realizadas, muito ainda há que realizar para explicitar conceitos, clarear definições e estabelecer articulações com outros conhecimentos produzidos, tanto no interior da própria Psicologia quanto em outras áreas do conhecimento (Almeida, Santos & Trindade, 2000, p. 1).É nessa perspectiva que vislumbramos o estabelecimento de um diálogo entre a psicologia popular 2 e a TRS, já que ambas apresentam algumas proposições comuns: a construção de teorias normativas pelo senso comum e sua necessária inserção cultural, a centralidade da preocupação com a produção de sentidos, além da atenção voltada para a assimilação do conhecimento científico pelo pensamento social (Almeida & cols., 2000, p. 2). Resumo Nesse estudo, interessou-nos conhecer os elementos das representações sociais do desenvolvimento humano em suas diferentes fases. Foi realizado um estudo orientado metodologicamente pela Teoria do Núcleo Central. Um questionário de categorização foi preenchido por 210 educadores distribuídos em quatro subgrupos (60 educadores de crianças, 60 de adolescentes, 60 de adultos e 30 de idosos). Além dos elementos constituintes das representações de desenvolvimento, esse estudo permitiu-nos identificar sua organização interna. Nossos resultados mostram que a criança foi associada com brincadeiras, inocência e dependência; o adolescente com transformações no corpo, crises existenciais e sexualidade; o adulto com produtividade, trabalho, estabilidade e, o idoso com sabedoria e experiência. Palavras-chave: Representações sociais; desenvolvimento humano; curso da vida. Representações Sociais do Desenvolvimento Humano Social Representations of Human Development AbstractThe aim of this study was to identify elements of social representations about life-span development, guided by the Theory of the Central Core. A questionnaire was filled out by 210 educators, distributed in four groups (60 children educators, 60 adolescent educators, 60 adult educators and 30 senior citizen educators). The study allowed the idenfication of elements of social representations about development and its internal organization. The results indicated that the child was associated with games, innocence and dependence; the adolescent with body transformations, existencial crisis and sexuality; the adult with productivity, work, stability and the senior citizen with wisdom and experience. Keywords: Social representations; human development; life-span.As teorias do senso-comum ou representações sociais (RS), como denominamos na TRS, ou teorias populares, como denominadas por Bruner, em sua Psicologia Popular, correspondem aos significados construídos nos enjeux psicossociais. Esses significados são compreendidos como constituí...
A surdocegueira, deficiência de caráter único que não significa junção de duas deficiências, caracteriza-se de forma muito subjetiva, uma vez que cada surdocego desenvolve formas e maneiras de se comunicar. A família e a escola possuem um papel importantíssimo para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e emocional do sujeito surdocego, sendo os primeiros meios sociais e de ensino da criança. Frente a essas questões, este trabalho teve por objetivo compreender os padrões de comunicação de duas jovens surdocegas no contexto familiar e escolar, analisando a possibilidade de desenvolvimento de uma linguagem simbólica no processo de interação com esses ambientes. A amostra foi constituída por duas jovens surdocegas, suas genitoras e suas professoras/guias intérpretes. Foram coletados seus discursos e analisados segundo a Teoria de Análise de Conteúdo de Bardin. A análise apresentou quatro categorias: padrões de comunicação na família, padrões de comunicação na escola, linguagem concreta e linguagem abstrata. Com essas análises, podem-se entender melhor as peculiaridades desses atores na interação da comunicação, o desenvolvimento da linguagem simbólica dos sujeitos surdocegos e a sua relação com as diferentes maneiras de se comunicar com esses sujeitos.
Resumo O Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) afirma o compromisso compartilhado por Estado, família e sociedade quanto à proteção dos direitos das crianças e jovens brasileiros. O adolescente que comprovadamente praticou ato infracional, após o devido processo, deve cumprir medidas socioeducativas, as quais visam a promover seu desenvolvimento e integração social. Essa orientação para o trabalho pedagógico social pressupõe uma abordagem criminológica crítica. A criminalização da pobreza, no entanto, é uma característica histórica e ideologicamente enraizada na cultura brasileira. Neste artigo, que compreende uma elaboração teórica inspirada em pressupostos da criminologia crítica, em especial no conceito de criminalização da pobreza, e de contribuições da psicologia cultural, foi analisado o universo afetivo-semiótico que impregna as vidas dos adolescentes durante o período em que cumprem medida socioeducativa de internação. Como material ilustrativo das reflexões teóricas, foram contempladas narrativas orais e crônicas escritas a partir de uma experiência de rodas de conversa com adolescentes de uma Unidade de Internação do Distrito Federal/Brasil. Esse material, recolhido em contexto de formação profissional de psicólogos (estágio curricular supervisionado), evidencia que o trabalho semiótico operado pelo sistema socioeducativo se desloca da educação, enquanto prática orientada para a emancipação e a construção de outras possibilidades de futuro, de novas trajetórias biográficas, para o engendramento da periculosidade dos adolescentes. Nessa semiosfera, os signos indiciaram crenças depreciativas e condenatórias. As rodas de conversa revelaram-se espaços favoráveis à superação do estigma de bandido que a criminalização da pobreza, em particular do adolescente pobre, impõe sobre o jovem alcançado pela justiça.
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