O presente estudo objetivou avaliar a circunferência do pescoço como um parâmetro preditivo de risco cardiovascular em pacientes renais em tratamento hemodialítico. Trata-se de um estudo transversal com 103 pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico avaliados no período de julho de 2018 a setembro de 2019, em duas clínicas de hemodiálise localizadas na região metropolitana do Recife-PE. O risco cardiovascular foi avaliado a partir da circunferência do pescoço utilizando os pontos de corte de Circunferência do Pescoço ≥ 37 cm para homens e ≥34 cm para mulheres, conforme descrito por BenNoun, Sohar e Laor. Foram avaliadas características sociodemográficas e de estilo de vida, bem como parâmetros e índices antropométricos tradicionais. Além disso, foram avaliados parâmetros bioquímicos, como perfil lipídico, glicemia, vitamina D, entre outros. Para avaliar a associação entre as variáveis e o risco cardiovascular foi utilizado o Qui-quadrado com correção de Yates e o teste de McNemar. Para verificar as correlações foi utilizado a correlação de Pearson. As variáveis com um valor de p≤10 foram consideradas com significância limítrofe e as com p <0,05, foram considerados estatisticamente significantes. A Circunferência do Pescoço está associada ao HDL (p<0,001), LDL (p<0,001) e Glicemia (p<0,001), e está correlacionada com a circunferência da cintura (p<0,001), índice de conicidade (p<0,001), razão cintura-estatura (p<0,001), e razão cintura- quadril (p<0,001), índice de massa corporal (p<0,001), circunferência do braço (p=0,04), bem como como os níveis séricos de vitamina D (p<0,001). Conclui-se que a circunferência do pescoço é um bom preditor de risco cardiovascular nessa população.