Resumo Os sambaquis do litoral do Espírito Santo foram pouco estudados pelas pesquisas arqueológicas realizadas no estado. Apesar de serem conhecidos desde finais do século XIX, foram recorrentemente considerados uma extensão marginal dos desenvolvimentos culturais que aconteciam no Rio de Janeiro. À escassez de informações sobre as características dos sítios, soma-se a ausência de datações 14C bem referenciadas, as quais impedem o entendimento da profundidade temporal e da evolução da ocupação humana pré-colonial no litoral do estado. Este artigo apresenta as metas e os resultados da retomada das pesquisas arqueológicas nos sambaquis do litoral norte do Espírito Santo, em Linhares. Até o momento, foram escavados dois sambaquis cuja idade recua em quase 2000 anos o registro de presença humana na costa do estado. As novas pesquisas seguem um método padronizado para escavação dos sítios, especialmente desenhado para a primeira caracterização dos sambaquis, o qual envolve a construção de um banco de dados digital e a incorporação de sistemas informatizados para gerenciamento das escavações. As pesquisas revelaram evidências da ocupação humana na região anterior ao máximo transgressivo holocênico (sítio Suruaca 20, datado em c. 6800 cal. AP), momento em que manguezais, restingas e florestas de tabuleiros constituíam o ambiente costeiro.
Esse texto tem como objetivo apresentar um breve histórico da presença das populações indígenas no território que hoje é chamado de Domingos Martins. Populações essas que tiveram contato com os primeiros imigrantes alemães e italianos em meados do século XIX. Com isso, em forma de ensaio apresentar um pouco da história e da cultura, com os dados da arqueologia e da etnohistória, dessas populações que habitaram região, além de despertar o interesse nessa tão importante e esquecida da parte da história do Espírito Santo.
Este artigo procura refletir sobre os processos de dispersão e ocupação Puri no território da Capitania e depois Província do Espírito Santo, a partir do diálogo entre Arqueologia e História. Além disso, nos interessa compreender as consequências da territorialização dos índios Puri no Aldeamento Imperial Afonsino, entre 1845 e 1860. Procuramos demonstrar como o trabalho compulsório imposto àqueles aldeados era uma forma de precarização de sua liberdade, que se traduzia no uso forçado da sua mão de obra em diversos serviços públicos. Não obstante toda essa violência nas relações de contato, procuramos evidenciar os modos de resistências que foram acionados por esses indígenas para viverem e sobreviverem às experiências coloniais nas quais estavam inseridos.
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