O objetivo deste texto é desenvolver uma reflexão sobre as relações entre as concepções de sujeito e educação a partir dos estudos realizados pelo grupo de pesquisa LEFoPI.1 Nosso intuito é abordar os processos de construção de subjetividade nas relações entre adultos e crianças e entre crianças, mediadas pelas produções culturais desses sujeitos no contexto de instituições de educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.Iniciaremos com uma breve reflexão sobre como a relação sujeito e educação pode ser compreendida a partir dos aportes teóricos da psicologia histórico-cultural, que tem fundamentado os encaminhamentos teórico-metodológicos das pesquisas em curso no grupo. Em seguida, apresentamos, numa visão panorâmica, como a temática vem sendo abordada nas referidas pesquisas e as contribuições que as mesmas podem trazer para uma ampliação do olhar sobre a temática proposta. Sujeito e educação na psicologia histórico-culturalO grupo LEFoPI desenvolve pesquisas fundamentadas numa concepção de subjetividade e sujeito alicerçada nos princípios da perspectiva histórico-cul- tural, especialmente no pensamento de Lev Vigotski, no campo da psicologia, e Mikhail Bakhtin, no campo da filosofia da linguagem.Para esse viés teórico, que tem como matriz filosó-fica o materialismo histórico-dialético, as relações entre os planos social e individual devem ser concebidas sobre bases que considerem as atividades dos seres humanos, voltadas à produção de condições de sobrevivência, como constituidoras das subjetividades. Nesse sentido, apontam para uma superação da dicotomia entre social e individual, permitindo abordar esses dois planos em sua unidade. Em outras palavras, Vigotski defende a origem e a natureza social da subjetividade, discorrendo sobre os processos a partir dos quais as relações interpessoais convertem-se em relação intrapessoal, tornando o Outro parte da pessoa (PINO, 2005). Dessa maneira, o indiví-duo reconstitui ativamente a realidade e nela interfere, fabricando uma versão diferente da realidade externa e da própria vivência simbolizada na palavra. Entre o objetivismo e o subjetivismo, Vigotski propõe uma terceira via: a consciência é produto/processo.Conceitos como mediação semiótica e internalização são centrais para se compreender como se constituem, no plano intersubjetivo, as funções mentais tipicamente humanas, aquelas que não advêm apenas de nosso per- Pesquisas sobre infâncias, formação de professores e linguagens:diálogos com a perspectiva histórico-cultural
Neste artigo, propomos uma reflexão sobre as contribuições da filosofia da linguagem do Círculo de Bakhtin para a abordagem do conceito de letramentos na escola de educação básica. O projeto teórico do Círculo, que persegue a superação do dualismo entre vida e teoria, buscando compreender o vivido como evento, permite pensar as esferas da vida humana como instâncias nas quais se produzem enunciados em que os sujeitos assumem uma posição, uma atitude responsável em relação à vida. O fenômeno do letramento deve ser compreendido, para além da posse de novas tecnologias do ler e escrever, como a assunção pelos sujeitos de um posicionamento frente ao mundo. Essa perspectiva traz implicações para a abordagem dos letramentos, necessitando considerar, nas práticas pedagógicas, as relações de alteridade que se estabelecem entre alunos e professores e como, nessas relações, alteram-se os sujeitos e suas perspectivas sobre o que represente ler e escrever na contemporaneidade.
RESUMO Neste artigo, discute-se a formação de professoras2 da Educação Infantil como mediadoras de leitura literária e as repercussões desse processo formativo nas práticas docentes, com base em dois projetos de pesquisa-ação realizados pelas Universidades Federais de Juiz de Fora e de Minas Gerais. Leitura literária e docência são abordadas numa articulação entre ciência, arte e vida, buscando-se compreender a experiência dos sujeitos com essa prática cultural a partir dessa articulação. A educação literária é percebida na sua complexidade e, consequentemente, como um processo exigente do ponto de vista da formação de professoras como mediadoras e promotoras da leitura literária junto a bebês e demais crianças pequenas. A análise dos dados demonstrou as potencialidades das pesquisas colaborativas no sentido de, a partir de uma análise dos contextos educativos, construir e experimentar, numa parceria entre pesquisadoras e professoras da Educação Infantil, procedimentos e práticas educativas comprometidas com princípios e concepções que consideram a literatura como arte e a educação de crianças pequenas como direito à ampliação das experiências estéticas.
RESUMOEste texto discute projetos de formação do leitor com os quais as intelectuais Gabriela Mistral e Cecília Meireles se envolveram durante as reformas educacionais do México e do Brasil, respectivamente. Comparamos a trajetória de ambas as intelectuais no tempo histórico da modernidade educacional, por meio da análise das ações que fundamentaram a implementação de bibliotecas, em especial as destinadas à leitura pública das crianças. Atuaram na formulação de uma concepção de literatura infantil, defendendo a ideia de que escrever para criança exigia estudos detalhados sobre o gosto literário infantil, aliado à sensibilidade, deixando à geração que as sucedeu a possibilidade de dar continuidade ao que propuseram àquele tempo: formar a criança leitora.PALAVRAS-CHAVE Cecília Meireles; Gabriela Mistral; bibliotecas infantis; formação do leitor.
Neste artigo é abordada a avaliação no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Na primeira seção do texto são discutidas as orientações sobre a avaliação interna à escola, oferecidas pelos materiais de formação do Pacto, com ênfase na dimensão processual e no necessário envolvimento dos diferentes atores da cena educacional com as práticas avaliativas. Na segunda seção é abordada a avaliação externa à escola, a Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA – instituída como parte das ações do Pacto. São apresentados os princípios que fundamentam essa avaliação, os instrumentos utilizados para efetivá-la e seus limites e possibilidades. O conceito de validade dos testes utilizados em avaliações em larga escala é problematizado nessa segunda seção, buscando-se ampliá-lo para se pensar, para além da validade psicométrica, a validade de realiza- ção da própria avaliação, diretamente relacionada aos modos de apropriação de seus resultados.
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