Introdução: as hemoculturas são consideradas o padrão-ouro para detectar infecções de corrente sanguínea. Objetivo: descrever os resultados das hemoculturas coletadas durante um ano de seguimento em um hospital pediátrico. Métodos: conduzimos um estudo transversal em um hospital terciário pediátrico do estado do Rio de Janeiro, realizando uma análise descritiva sobre a taxa de positividade e contaminação das amostras e das bactérias multirresistentes encontradas. Resultados: no ano de 2016, foram coletadas 2.668 hemoculturas, das quais 1.445 (54,2%) das enfermarias de pediatria, 949 (35,6%) oriundas da unidade de terapia intensiva pediátrica e 274 (10,3%) da unidade de terapia intensiva neonatal. Cento e sete hemoculturas foram positivas (4% do total), sendo o percentual de positividade maior na unidade de terapia intensiva pediátrica (46/949; 4,8%) [IC 95% de 0,4581 a 3,7163] quando comparada ao encontrado (41/1.445; 2,8%) nas enfermarias de pediatria (p = 0,0101) e na unidade de terapia intensiva neonatal (20/274; 7,3%) [IC 95% de 1,7902 a 8,2775] também comparada às enfermarias de pediatria (p = 0,0002). Do total de isolados positivos, 33/107 (30,8%) apresentaram perfil de multirresistência e, entre estes, o Staphylococcus aureus resistente à meticilina foi o mais frequentemente isolado (27/33; 81,8%). O Staphylococcus aureus resistente à meticilina foi o agente mais isolado tanto na unidade de terapia intensiva pediátrica quanto na unidade de terapia intensiva neonatal com 27 e 12 isolados, respectivamente. Em 151 (5,7%) amostras foram encontrados três ou mais germes, ou germes classificados como contaminantes de pele. Conclusões: concluímos que a positividade global das hemoculturas foi baixa, sendo verificada maior proporção de amostras positivas nas unidades críticas.