Artigo publicado por Ciência e Natura sob uma licença CC BY-NC-SA 4.0.

As mudanças climáticas e o inadequado uso da terra causam modificações no regime fluvial, colocando em risco a segurança hídrica do Agreste nordestino. Utilizou-se os índices climáticos da National Oceanic and Administration Agency; dados hidrometeorológicos da Agência Nacional de Águas e a precipitação espacializada do Global Precipitation Climatology Center;  uso do solo do Projeto MapBiomas. Gerou-se a variabilidade anual e mensal das variáveis hidroclimáticas, calculando a média histórica e o desvio padrão da precipitação medida, além do Índice de Anomalia de Chuva (IAC) para analisar e relacionar com as oscilações climáticas. As flutuações hidrológicas foram observadas associando aos anos extremos com o clima e chuvas anuais. Através do ambiente de Sistemas de Informações Geográficas foi produzido e analisado as mudanças do uso e cobertura do solo. Há tendências de aquecimento nos oceanos, principalmente no Atlântico tropical. Os eventos extremos na maioria ocorreram em anos favoráveis. A precipitação espacial, o IAC e registros de estiagens na área centro-norte da bacia indica vulnerabilidade natural à secas. A cota e vazão apresentam tendências de diminuição com o passar dos anos e sua sazonalidade corresponde as variações mensais da chuva com defasagem de 1 mês. As mudanças do uso e ocupação da terra mostram que o pasto e a agricultura são os principais responsáveis pelo desmatamento. Extremos climáticos inibidores de chuvas associados ao cortes florestais podem estar causando a redução no nível do trecho médio do rio São Francisco, aumentando riscos ambientais e alertas para a intensificação de futuros cenários de secas.Palavras-chave: Extremos climáticos, Variabilidade fluvial, Desmatamento.                                                                                                                                 Hydroclimatic variability and changes in land use and land cover, Middle São Francisco River Basin A B S T R A C TClimate change and inadequate land use cause changes in the river regime, putting the water security of the Northeastern Agreste at risk. From the National Oceanic and Administration Agency were used the climate indexes; the hydrometeorological data from the National Water Agency and a spatialized unit from the Global Precipitation Climatology Center; the land uses data were extracted from the Mapbiomas Project. The annual and monthly variability of the hydroclimatic variables was generated, calculating the historical average and the standard deviation of the measured precipitation, in addition to the Rain Anomaly Index (IAC) to analyze and relate to climatic oscillations. Hydrological fluctuations were observed associating extreme years with the climate and annual rainfall. Through the Geographic Information Systems environment, changes in land use and land cover were produced and analyzed. There are warming trends in the oceans, mainly in the tropical Atlantic. Most extreme events occurred in favorable years. Spatial precipitation, IAC and drought records in the north-central area of the basin indicate natural vulnerability to drought. The quota and flow show downward trends over the years and their seasonality corresponds to monthly variations in rainfall with a lag of 1 month. Changes in land use and occupation show that pasture and agriculture are primarily responsible for deforestation. Rain-inhibiting climatic extremes associated with forest cutting may be causing a reduction in the level of the middle section of the São Francisco River, increasing environmental risks and warnings for the intensification of future drought scenarios.Keywords: Climatic extremes, river variability, deforestation.

Objetivo: Apresentar uma análise com base na metodologia de caracterização de eventos forense, considerando os fatores associados as consequências dos efeitos das obras de controle de cheias na bacia hidrográfica do Tucunduba (Belém-PA).   Métodos: A metodologia utilizou dados secundários estruturados em um sistema de informação geográfica (SIG) e observações em campo, que foram adaptados a interpretação das condições de: uso do espaço, produção de evidências, trocas de evidências, reconhecimento e de correspondência.   Resultados e conclusões: Os resultados obtidos indicam que o grau de influência de uma ocorrência pode varia de 18 a 33% da área total. Os fatores uso e ocupação do território da bacia são os de maior intervenção. O elevado índice pluviométrico e a condição de rio canalizado, indicam a necessidade do monitoramento hidrológico para o controle das consequências dos eventos extremos durante o período mais chuvoso. Logo, a principal conclusão é que existe uma alta vulnerabilidade socioeconômica na região avaliada, que eleva o grau de risco durante o período chuvoso, sendo a reconstituição ou reconhecimento das consequências (perdas) associadas dificultadas pela logística da área e carência de dados de monitoramento.   Originalidade/valor: Discutir a ocupação das margens dos rios por habitações e atividades econômicas na região amazônica, as situações de risco associadas e o cenário de investigação necessário para identificar o grau de perdas.