Embora os povos indígenas requeiram “educação superior” no Brasil desde o final do século XIX demonstrando seu intenso protagonismo, data dos anos de 1990 a formulação da política de inclusão de indígenas nas universidades públicas. Neste artigo, discutimos trajetórias de resistência, lutas e demandas dos povos indígenas, que resultaram no acesso ao ensino superior, consubstanciado por orientações internacionais e legislações nacionais. Abordamos o papel e presença da mulher nesse processo discutindo dificuldades vivenciadas e ações que empreendem para ingressar e concluir a formação. Com base em estudo documental, pesquisa de campo e dados do programa de inclusão indígena no Ensino Superior do Paraná, conclui-se que as mulheres, mesmo com um histórico de invisibilidade e todas as dificuldades vivenciadas para acessar e permanecer nas universidades distantes das suas famílias extensas, têm obtido resultados relevantes em termos de conclusão dos cursos e ampliação dos seus espaços de atuação e participação.Palavras-chave: Mulheres indígenas. Ensino superior. Protagonismo Indígena.
Resumo: Desde que foi implantada a Lei Estadual N.º 13. 134/2001, substituída, posteriormente, pela N.º14.995/2006, várias foram as conquistas, as lutas, mas também os dilemas que um assunto dessa natureza suscita. Podem-se citar questões pedagógicas, relacionadas ao ingresso, à permanência e integralização dos cursos nos quais os estudantes indígenas se matriculam, até questões de ordem jurídica, envolvendo o questionamento do direito à disputa pelas vagas nas universidades públicas do estado do Paraná. A abordagem central proposta partirá de uma discussão deflagrada no âmbito da efetivação da política de educação superior no estado no Paraná, suscitada por interposição do Ministério Público Federal (MPF), por meio de uma recomendação encaminhada no final ano de 2012 para a Comissão Universidade para os Índios (CUIA/PR), pautando a mudança no processo de acesso às vagas, por meio da eliminação de uma exigência no ato da inscrição, que se refere à carta de recomendação da liderança indígena da comunidade à qual o candidato atesta pertencer. Fundamentado na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Constituição Brasileira de 1988, o MPF recomenda que seja adotado como critério para inscrição no processo seletivo somente uma carta de autoidentificação ou autorreconhecimento, na qual o candidato se declara pertencente a uma etnia indígena. Na perspectiva de consolidar uma política pública de educação superior indígena da qual façam parte os sujeitos ligados diretamente a tal política, a Comissão Universidade para os Índios (CUIA), juntamente com estudantes indígenas e suas lideranças e o MPF, deflagraram um processo de discussão e de estudos para problematizar e equacionar o dilema posto. Nesse sentido, a presente proposta pretende apresentar uma reflexão e buscar subsídios de interlocutores de outras regiões do país, que vivenciam experiências semelhantes e que venham somar às discussões em curso no Paraná. is wont to cause. They comprised pedagogical issues related to the entrance, permanence and integration of the courses into which the students were admitted. Juridical objections also involved the right for vacancies in the government universities of the state of Paraná. The main approach is derived from a discussion on the effectiveness of higher education policy in the state of Paraná due to an intervention of the Federal Court by means of a recommendation at the end of 2012 to the University Committee for Indigenous Peoples (CUIA/PR). A change in the entrance process was proposed, or rather, the elimination of the requirement, on enrolling, of a letter of recommendation from the indigenous leaders of the community to which the future student belongs. Based on Convention 169 of the International Labor Organization and on the 1988 Brazilian Constitution, the Brazilian Federal Court recommended that the University enrolment criterion would be solely a self-identifying letter by which the candidate declares belonging to an indigenous ethnicity. The University Committee for Indigenous Peo...
Resumo: Até os anos setenta, supunha-se que os índios não tinham futuro, nem passado; colocava-se a sua irreversível assimilação à sociedade envolvente, e seu fim diante do avanço capitalista nas áreas de fronteira. A partir dos anos oitenta a situação começou a mudar. E as questões relacionadas com as populações indígenas passaram a ser objetos de estudos. Dentre elas as representações das populações indígenas existentes nos livros didáticos. Dessa forma, nossa proposta é de verificar essas representações num texto específico -Toda a História, de José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti -adotado, desde sua primeira edição, nas vinte e uma escolas públicas de ensino médio de Maringá, atingindo no ano de 1998, um número de 14.212 alunos. Palavras-chave: Etna-história, Livros didáticos, Populações indígenas. Etno-história indígena e os livros didáticosAté os anos de 1970, era comum a suposição de que as populações indígenas não tinham futuro. Admitia-se como verdade estabelecida a sua irreversível assimilação à sociedade envolvente e seu fim diante da expansão da economia capitalista. Também era lugar-comum a idéia de que não tinham passado. Os historiadores não se interessavam por elas por motivos metodológicos, pois se perguntavam: como estudar povos sem escrita? Temiam o campo das tradições orais ou o mergulho na
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