O presente artigo pretende fazer uma análise do filme do diretor sul-coreano Kim Ki-Duk Sem Fôlego (Soom – 2007) a partir das noções de olho do poder, panoptismo e biopolítica tais como foram pensadas por Michel Foucault e ulteriormente desenvolvidas por Giorgio Agamben. Os filmes de Kim Ki-Duk, entre outras características, são conhecidos por seus enredos pouco convencionais: personagens complexos e misteriosos com atitudes inesperadas, poucos diálogos e muitas simbologias. Sem Fôlego conta a história de um condenado à pena de morte que tenta suicídio pelo medo extremo da execução e de uma mulher que ao se descobrir traída e solitária passa a visitá-lo. Pouco comentado pelos críticos é um personagem fundamental que tece a trama: o vigia da prisão, que através do poder de observação das câmeras nos permite refletir sobre a sociedade disciplinar. O filme permite refletir sobre as diferentes e atuais formas de olhares do poder, visto que o próprio diretor constrói a narrativa se apoiando nos diferentes olhares que a câmera pode proporcionar, desde a visibilidade midiática da televisão até as imagens colhidas pelas câmeras de segurança da prisão. Outro fato do filme que nos permite refletir sobre o conceito de biopolítica, forjado pro Michel Foucault e desenvolvido por Giorgo Agamben, é a não soberania que o condenado tem sobre sua vida, ou o direito de morte, uma vez que mesmo condenado a morrer, ele é salvo pelo Estado das suas tentativas de suicídio. Ou seja, o Estado detém o poder de sua vida e a autonomia sobre sua morte. Segundo Agamben, tal fato não se restringe apenas ao corpo do condenado à morte, mas a todos os corpos da sociedade moderna, cujo poder e soberania constituem-se justamente através da biopolítica que transforma a todos em homo sacer: insacrificáveis, porém matáveis. Ademais, pretendemos situar o filme na filmografia do diretor, estabelecendo contato com outras obras do mesmo, como Casa Vazia (2004) e Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (2003).
O coletivo Bitonga Travel, criado em São Paulo no ano de 2018, busca fortalecer o protagonismo das mulheres negras no turismo, além de incentivá-las e auxiliá-las através de uma rede de apoio e troca de experiências. Esta iniciativa ocorre porque a figura da mulher turista tem sido representada como uma pessoa branca, enquanto a pessoa negra é vista como uma trabalhadora que atua nos bastidores ou em atividades subalternas. Este artigo pretende entender os desafios enfrentados pelas mulheres negras do coletivo Bitonga Travel enquanto turistas e as discussões sobre racismo e gênero se fazem importantes. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com a aplicação de questionários com 35 mulheres e a realização de entrevistas semiestruturadas com 03 mulheres, das 116 mulheres negras participantes da Bitonga Travel. Foi possível traçar um perfil dessas mulheres e perceber que o racismo, o machismo e o sexismo são problemas presentes nos relatos dessas viajantes. Portanto, é de extrema importância pensar em uma atividade turística mais inclusiva e que promova estratégias para o combate ao racismo, ao machismo e ao sexismo.
O crescente número de turistas vem destacando a atividade turística como uma das áreas de maior ascensão nos últimos tempos. A busca por experiências, atrativos e novos elementos nos destinos tem levado os atores envolvidos a discutir como produzir novas ofertas e garantir o desenvolvimento local. É nesse contexto que o turismo criativo surge como elemento para o desenvolvimento de novas formas de produção e consumo. A disseminação do turismo criativo levou a Prefeitura da cidade do Recife (Pernambuco-Brasil) à construção do Plano de Turismo Criativo, sendo a terceira cidade do país a trabalhar no segmento. Dessa forma, o presente trabalho se deu com o objetivo de descrever quais as estratégias utilizadas para o desenvolvimento do plano. Foi adotada como metodologia uma abordagem qualitativa e natureza descritiva, empregando em sua operacionalização a pesquisa bibliográfica, documental e de campo, que contou com o acompanhamento de todas as etapas da confecção do plano. Como resultado, é possível destacar os esforços dos gestores públicos e do grupo de trabalho em tornar o processo horizontal, com a participação de vários setores, os produtos criativos utilizados, o uso da criatividade e da cocriação como elementos-chave e a criação de uma instância responsável pelo monitoramento e pela revisão das ações do plano.
Este artigo tem como objetivo apresentar um panorama do campo de pesquisa da CCT, identificando a evolução histórica do número de artigos publicados relacionados ao campo, os periódicos e os programas de pesquisa desenvolvidos. Foram analisados 251 artigos utilizando uma abordagem metodológica descritivo-qualitativa por meio do levantamento das publicações científicas em periódicos nacionais e internacionais realizadas por brasileiros que atuam em instituições de ensino nacionais. Foi identificado crescimento acentuado do número de publicações em dois momentos: de 2007 para 2008 e de 2011 para 2012. Várias ações do campo da CCT no Brasil durante a última década apresentam relação com o seu crescimento internacional. A Revista de Administração de Empresas, os Cadernos EBAPE e a Revista Brasileira de Marketing foram os três periódicos que tiveram o maior número de publicações que utilizam a abordagem. Foram identificados os seguintes programas de pesquisa desenvolvidos no Brasil: (1) anticonsumo, consumo consciente e resistência ao consumo; (2) indústria cultural; (3) culturas de mercado; (4) experiências de consumo; (5) projetos de identidade. Sob o ponto de vista da área de marketing, buscamos, com este estudo, ajudar a consolidar a legitimação do campo da CCT nacionalmente identificando as conquistas e as realizações nas últimas décadas.
Neste artigo se analisa as relações desenvolvidas entre os turistas e os moradores do Vale do Capão (situado na Chapada Diamantina – Bahia – Brasil). Um lugar que possui muitos atrativos naturais e que recentemente tem desenvolvido a atividade turística, sendo conhecido pelo desenvolvimento do ecoturismo, turismo de natureza, turismo de aventura, turismo esotérico, turismo místico e turismo alternativo. É um estudo de caso de natureza qualitativa, realizado através de pesquisas de campo e de entrevistas entre moradores e turistas realizadas entre os anos de 2015 e 2016, com o objetivo de entender as relações de proximidade e os conflitos existentes entre os moradores e os turistas no Vale do Capão. A imagem turística - real e social - do Vale do Capão possui elementos contrastivos, acarretando diversos conflitos e contradições entre os moradores e os turistas e é importante entender esses conflitos para uma proposta de organização sustentável integrada da atividade turística com os desejos dos moradores locais.
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