RESUMO Objetivo Analisar a validade de conteúdo e de construto de sinais enunciativos de aquisição da linguagem para crianças de 13 a 24 meses. Método Os sinais criados foram submetidos à avaliação de clareza e pertinência por seis juízes experts em aquisição da linguagem na perspectiva enunciativa. A partir do seu julgamento foi produzida uma versão experimental que foi aplicada na análise de vídeos de interações mãe-bebê/examinador, com duração de 15 minutos, de 77 díades mãe-bebê na faixa etária de 13 a 18 meses e 89 díades na faixa etária de 19 a 24 meses. A validação de fidedignidade e consistência interna foi realizada pela análise de 10% da mostra por dois juízes fonoaudiólogos. A validação do construto foi realiza pela análise fatorial efetivada sobre a amostra total. Os dados foram analisados no Statistica 9.1 e PASW 17.0. Resultados Todos os sinais foram considerados claros e pertinentes pelos juízes experts. A análise de fidedignidade apontou a concordância quase perfeita (0,8 ≤ Kappa ≥ 1,0) para a maior parte dos sinais. A consistência interna para a Fase 3 apresentou alpha=0,771 considerada alta e Fase 4 apresentou alpha=0,917 limítrofe a muita alta. A análise fatorial da fase 3 revelou 2 fatores, explicando 59,1% da variância total e a fase 4 revelou 1 fator, explicando 75,7%. Conclusão Observou-se validade de conteúdo e de construto para cinco dos doze sinais na Fase 3 e para todos sinais na fase 4.
RESUMO Objetivo Comparar a evolução das vocalizações em bebês prematuros e a termo, com e sem risco ao desenvolvimento, analisando as possíveis relações entre variáveis sociodemográficas, obstétricas e psicossociais com as vocalizações. Método A amostra foi composta por 30 bebês com idade entre os 3 meses e 1 dia aos 4 meses e 29 dias (fase 1) e 6 meses e 1 dia aos 7 meses e 29 dias (fase 2), de ambos os gêneros, com idade gestacional inferior a 37 semanas (grupo de prematuros) e superior a 37 semanas (grupo a termo). Para a coleta de dados, utilizaram-se os protocolos Indicadores de Risco ao Desenvolvimento Infantil, o teste Denver II e entrevista sobre a experiência da maternidade com dados sociodemográficos, obstétricos e psicossociais, além de filmagem da díade mãe-bebê nas duas fases da pesquisa. Os dados das filmagens foram analisados no software EUDICO Linguistic Anotador (ELAN) e os resultados analisados estatisticamente no software STATISTICA 9.0. Resultados Quanto maior o número total de vocalizações do bebê e quanto mais vocalizações das mães com manhês, maior o número de Indicadores de Risco ao Desenvolvimento Infantil presentes. Também se percebeu aumento significativo de vocalizações sem manhês na fase 2 pesquisada. As variáveis sociodemográficas, idade gestacional, peso ao nascer, escolaridade materna e o Critério Brasil não incidiram diretamente no nível de vocalizações dos bebês. Conclusão A análise das vocalizações dos bebês associou-se ao risco ao desenvolvimento, assim como os Indicadores de Risco ao Desenvolvimento Infantil, na fase 1 pesquisada, o teste Denver-Linguagem é mais efetivo na fase 2. Não houve influência das variáveis sociodemográficas na fase estudada.
Less auditory pathway maturation correlated with presence of psychological risk. Problems in the mother-infant relationship during the first 6 months of life are detrimental not only to cognitive development, but also to hearing. A fragile relationship may reflect decreased auditory and linguistic stimulation.
Objetivo: Comparar os resultados das avaliações de linguagem obtidas por protocolos centrados nas habilidades das crianças com os resultados de uma análise enunciativa em casos de atraso de linguagem, relacionando-os ao psiquismo. Método: Estudo de caso longitudinal, qualitativo, com três crianças de 24 meses. Elas foram avaliadas em suas habilidades linguísticas por meio dos protocolos DENVER II e BAYLEY III. A avaliação enunciativa foi realizada por meio da análise dos vídeos das interações entre as mães e os bebês a partir dos quais foram identificados os mecanismos e estratégias enunciativas. O risco psíquico foi avaliado por meio dos Indicadores Clínicos de Referência ao Desenvolvimento Infantil (IRDI) e Sinais PREAUT e comparado aos resultados do MCHAT. Resultados: As avaliações de linguagem demonstraram que o teste Bayley III é mais sensível ao atraso no domínio gramatical do que o Denver II. As análises enunciativas demonstraram a limitação nos mecanismos enunciativos no caso de risco psíquico mais grave, mas também as potencialidades linguísticas das crianças. Conclusão: A comparação permitiu identificar a diferença entre testes padronizados e a avaliação enunciativa, pois a limitação em mecanismos enunciativos e em alguns itens relacionados ao endereçamento da fala ao outro no teste Bayley III permitiu identificar as limitações de linguagem relacionadas com as alterações na intersubjetividade.
Introdução: Uma abordagem terapêutica na clínica com crianças pequenas, no âmbito da atuação interdisciplinar, permite pensar a intervenção de forma integral, assumindo uma intervenção centrada na família. Objetivo: Este estudo tem como objetivo discutir os benefícios e cuidados que os terapeutas precisam ter para a realização de atendimentos conjuntos, bem como manejar a participação dos pais em sessão. Método: Estudo de caso composto por duas meninas com idade de 3 anos e 6 meses e 4 anos e 9 meses atendidas por duplas de terapeutas em uma clínica escola. Realizada análise de cunho qualitativo por meio de observação em prontuário, relato de campo da experiência clínica, discussões após atendimento, supervisões e orientações. Resultados: Em ambos os casos apresentados, foi possível observar evoluções positivas, nos pacientes e na relação familiar, bem como identificar as cenas presentes durante o atendimento conjunto, que se apresentou como modalidade eficiente de intervenção a tempo. Conclusão: O atendimento conjunto mostrou-se efetivo, sendo um método facilitador na clínica, principalmente quando considerada a dupla criança-familiar, desde que haja uma boa sintonia entre ambos os terapeutas.
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