RESUMONeste artigo discuto dois povos indígenas do estado do Ceará, no Nordeste brasileiro. Apresento à situação do povo Tremembé da comunidade Buriti e Sítio São José de Itapipoca, face ao projeto 'Nova Atlântida' -Cidade Turística e Residencial, empreendimento transnacional imposto a citada etnia indígena. Em seguida, menciono o povo Jenipapo--Kanindé de Aquiraz o qual acata um projeto de turismo em suas terras, considerado de auto-gestão e base comunitária. Para subsidiar as discussões propostas, a partir de produções acadêmicas da geografi a humana enfoco o turismo e, por meio da antropologia trago algumas noções da etnologia indígena com ênfase para os povos indígenas do Nordeste. Completo o diálogo com dados da pesquisa documental e, especialmente os da pesquisa de campo. Esta última resultou nas múltiplas interpretações dos atores sociais entrevistados sobre a inclusão e exclusão dos povos indígenas em projetos de turismo no Brasil.
ABSTRACTThis article is about two indigenous peoples of Ceará state, in the Northeast region of Brazil. I present the situation of the Tremembé people of Buriti and Sítio São José communities in Itapipoca municipality, in relation to the 'Nova Atlântida' -Touristic and Residential City project, a transnational venture imposed on the cited indigenous people. Then I mention the Jenipapo-Kanindé people of Aquiraz municipality who have taken on a tourist project in their lands, considered to be self-management and community based. I subsidize the proposed discussions with academic productions of human geography, and I focus tourism, using anthropology, and bringing some notions from ethnology with Indigenous Peoples with an emphasis on Indigenous Peoples of the Northeast of Brazil. I complete the dialogue with data obtained from documental research and, especially, from fi eld work. My fi eld work brought multiple interpretations of the social actors interviewed, about the inclusion and exclusion of Indigenous peoples in tourist projects in Brazil.
Este artigo resulta de pesquisa realizada de 2007 a 2011 em Terras Indígenas de povos pressionados por projetos de desenvolvimento, em especial, turísticos na costa do Ceará. Em trabalhos de campo (de 2013 a janeiro de 2015) na TI Aldeia Lagoa Encantada/TI Tremembé da Barra do Mundaú investigou-se sobre carcinicultura/usinas eólicas na mesma zona costeira. Na região nordeste, transformada por intervenção do Estado nacional para o turismo internacional, consolidam-se os destinos praianos. Frente às imposições dos projetos de capital público-privado no litoral cearense, os povos indígenas afetados reivindicam os seus direitos territoriais, e afirmam-se etnicamente como estratégias de resistência à ocupação das suas terras.
Resumo: Nesta investigação discutem-se os territórios emergentes de turismo. Vê-se uma ruptura no fenômeno da massificação e novas demandas para segmentos turísticos não estandardizados. Emergem outros operadores turísticos com viagens diversificadas e roteiros de turismo para demandas especificas. Surgem novos agentes promotores do turismo seja por meio das associações de base, de organizações não governamentais, de empresas privadas, seja pelas instituições governamentais/cooperações internacionais. Destaca-se a amplitude da Rede de Turismo na América Latina. Enfatiza-se o povo Jenipapo-Kanindé, Aldeia 'Lagoa Encantada', Aquiraz, Ceará, Brasil, inseridos na 'Rede Tucum' por meio de um projeto de auto-gestão.
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