O conceito de maternidade reflete um sistema patriarcal que reforça a imposição social de constituir família, cabendo à mulher a responsabilidade compulsória de gerar e criar filhos. Todavia, é considerável o número de mulheres que não aspiram à maternidade atualmente, prova disso são as quedas nas taxas de natalidade e novas formas de organização familiar. O presente trabalho coletou dados a partir de um questionário online, respondido por 310 mulheres que afirmaram não desejar serem mães. Os dados para análise foram organizados considerando as questões mais frequentes que permeiam a temática: Maternidade compulsória: maternidade como obrigação e destino inquestionável da mulher; Arrependimento: afirmação externa de que se trata de uma escolha momentânea que gerará arrependimento; Maternidade é benção: afirmações que colocam o filho como principal fonte de felicidade. Destaca-se a possibilidade de compartilhar socialmente a opção pela não-maternidade, mas não sem julgamentos vinculados à ideia de maternidade compulsória.
Nesta nota técnica, apresentamos algumas ações desenvolvidas pela equipe do Projeto de Extensão Núcleo Maria da Penha-NUMAPE (UNICENTRO/Irati) no que diz respeito ao enfrentamento da violência doméstica. A partir de relato de experiência de ações desenvolvidas por equipe interdisciplinar composta pelas áreas do Direito e Psicologia, narramos os deslocamentos produzidos pela pandemia do COVID-19 que colocaram alguns desafios para a equipe do projeto: necessidade de realização de atendimentos remotos, foco na prevenção e auxílio para situações de caráter emergencial, tais como encaminhamento para rede de proteção e para recebimento do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal. Entre os resultados , destacamos a contradição entre o possível aumento da violência doméstica em situação de distanciamento social e, por outro lado, a dificuldade de ações de enfrentamento, tais como denúncias e processo de desvinculação dos agressores.
Considerando que fatores como gênero, sexualidade, raça, classe econômica e outros marcadores sociais atravessam e determinam vivências de modos distintos, é fundamental compreendermos que a atuação de psicoterapeutas deverá estar, também, sob controle destas variáveis. Paralelamente ao crescente incentivo à valorização de uma atuação profissional sensível e atenta a fatores sociais, a Psicologia, principalmente na área clínica, tem passado por um crescente movimento de promoção de prática baseada em evidências. Um de seus objetivos é orientar profissionais de maneira que escolham procedimentos de intervençãoque obtiveram resultados confiáveis ao se verificar, experimentalmente, a efetividade de tais intervenções. Além disso, esse movimento ainda incentiva que os profissionais adequem as melhores práticas disponíveis a características específicas de seus clientes, a nível pessoal e sociocultural. O presente trabalho pretende articular teoricamente uma prática clínica feministacom a Prática da Psicologia Baseada em Evidências (PPBE), buscando compreender de que modo uma prática clínica feminista pode encontrar subsídio na proposta da PPBE, considerando seus pilares: melhor evidência científica disponível, expertise clínica e características da/o cliente. Concluímos que a união entre a PPBE e a psicoterapia feminista, embora careça de estudos de aprofundamento, pode promover uma prática clínica mais atenta a questões sociais inconspícuas.
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