Resumo Objetivo: Estimar a prevalência de diagnóstico médico de câncer em idosos, descrever os tipos de câncer, as limitações em atividades cotidianas, autopercepção da saúde e a relação com doenças/condições crônicas. Métodos: Estudo transversal de base populacional com dados de idosos (n=11.177) que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2013). Estimaram-se as prevalências e os respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: A média de idade foi de 69,8 anos (IC95%:69,5-70,1) e 56,4% (IC95%:54,8-58,0) eram mulheres. O diagnóstico de câncer foi referido por 5,6% (IC95%:5,0-6,4) dos idosos, sendo maior entre homens (7,1%) que em mulheres (4,7%; p<0,001). Os três principais tipos de câncer foram, nos homens: próstata (52,4%;IC95%:43,5-61,2), pele (13,9%;IC95%:9,1-20,6) e intestino (10,6%;IC95%:4,9-21,5); nas mulheres: mama (46,9%;IC95%:40,6-53,3), pele (17,3%;IC95%:14,2-20,8) e intestino (9,8%;IC95%:6,5-14,5). Cerca de 67% foram diagnosticados após os 60 anos, 33,0% referiram limitação decorrente da doença e 16,8% (IC95%:12,4-22,4) autoavaliaram sua saúde como ruim/muito ruim. A presença de limitação foi cerca de 31% maior naqueles com diagnóstico mais recente e a autopercepção da saúde foi pior naqueles com diagnóstico inferior a 5 anos. Nos idosos com câncer, observaram-se maiores prevalências de hipertensão arterial, doenças do coração, depressão e doenças respiratórias crônicas (p<0,05). Conclusão: Os achados mostram a prevalência de câncer nos idosos brasileiros, com diferenças entre os sexos, bem como a distribuição dos principais tipos e a idade do primeiro diagnóstico. Destaca-se a importância da hipertensão arterial, doenças do coração, depressão e doenças respiratórias, além de outras condições de vida e saúde dos idosos no cuidado oncogeriátrico.
A assistência à saúde da criança e do adolescente necessita contemplar as particularidades e características intrínsecas a essa fase da vida. Os cânceres que acometem crianças e adolescentes têm fatores de riscos e características que diferem daqueles que acometem a população adulta. No Brasil, pouco se conhece a respeito da magnitude das neoplasias no universo infanto-juvenil, bem como as características da população acometida. Objetivou-se estudar o panorama do câncer em crianças e adolescentes sob a perspectiva da Saúde Coletiva e, neste âmbito, apontar ferramentas de monitoramento; conhecer as dificuldades e percepções dos profissionais de saúde que atuam na atenção básica, em relação à suspeita e ao diagnóstico de câncer em crianças; e analisar os padrões de distribuição espacial das incidências e sobrevivências de crianças diagnosticadas com neoplasias. Para atender aos objetivos foram utilizados métodos qualitativos e quantitativos com dados obtidos em Registros de Câncer de Base Populacional e também em Grupos Focais realizados com trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Os resultados foram apresentados em capítulos correspondentes a três artigos. No primeiro artigo, “Câncer Infantil: Monitoramento da Informação Através dos Registros de Câncer de Base Populacional RCBP”, realizou-se uma pesquisa bibliográfica da incidência de tumores raros em menores de 20 anos, em três países. Nesta busca, identificou--se que a primeira publicação específica sobre câncer em crianças e adolescentes no Brasil foi divulgada em 2008. As publicações do Brasil, Alemanha e Estados Unidos apresentam as informações com critérios heterogêneos, tanto em relação ao modo como a incidência é apresentada, quanto em relação à faixa etária adotada. No segundo trabalho, “Suspeita e Diagnóstico de Câncer em Crianças e Adolescentes na Atenção Primária à Saúde”, foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ao sentimento dos profissionais; à suspeita e diagnóstico na rede de cuidados primários e à relação dos profissionais e a família. Em todas as categorias de profissionais, as percepções foram negativas com demonstração de insegurança em relação ao tema na atenção básica. No terceiro estudo, “Câncer em Crianças e Adolescentes: Incidência e Sobrevivência no Município de Campinas (SP), Brasil”, os resultados apontaram taxa de incidência global para os grupos de leucemias (Grupo I); linfomas (Grupo II); tumores do sistema nervoso central (Grupo III) e sarcomas de partes moles (Grupo IX) de 54,2 por milhão, com uma incidência padronizada de 59,1 por milhão (Grupo I–28,8; Grupo II-11,6; Grupo III-7,5 e Grupo IX-4,3). Diferenças nos padrões espaciais não foram encontradas. Diferenças significativas em tempos de sobrevivência foram verificadas por grupos de diagnóstico ajustados para idade e sexo (p = 0,001). Os achados deste estudo demonstraram diferentes possibilidades de abordagem do câncer infantil utilizando o saber científico da Epidemiologia. Conclui-se que os resultados apontaram para a necessidade de uma sistematização das informações de tumores raros na infância e na adolescência, assim como uma inclusão do tema câncer infantil aos profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde. A utilização de metodologias epidemiológicas, como análise da incidência, uso da estatística espacial e análises de sobrevivência, contribuem para a construção do panorama do câncer infantil na Saúde Coletiva. Palavras-chave: Saúde Coletiva. Epidemiologia. Neoplasias. Saúde da Criança. Saúde do Adolescente.
Objetivo: Identificar as vulnerabilidades existentes para gestantes/puérperas no estado de Santa Catarina, ofertando subsídios para elaborar estratégias de enfrentamento à COVID-19. Métodos: Este é um estudo ecológico e exploratório em que foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil e Secretaria de Vigilância em Saúde - Portal Coronavírus Brasil. Foram analisados dados oriundos dos municípios de Santa Catarina compreendendo: IDHm, idade gestacional, número de consultas de pré-natal, número de leitos de UTI adulto e número de casos da COVID-19 notificados. Para identificar vulnerabilidades existentes para gestantes/puérperas considerou-se correlação de Pearson para as variáveis: idade materna (em anos), escolaridade materna, e o número de consultas no pré-natal. Resultados: Foi encontrada correlação negativa entre porcentagem pré-natal (mais que 6 consultas) e porcentagem idade abaixo de 20 anos (r= -0,44); e entre IDH e porcentagem idade abaixo de 20 anos (r= -0,63). Foi observada uma interiorização dos casos da COVID-19 em Santa Catarina. Notou-se uma possível carência de leitos de UTI nas regiões em que há mais vulnerabilidades para gestantes e puérperas. Considerações finais: As informações sobre a COVID-19 em gestantes/puérperas não são numerosas, contudo, a partir da análise das condições sociais e de saúde dos municípios no estado de Santa Catarina, podemos inferir as áreas que demandam maior investimento/atenção das autoridades sanitárias, em função das vulnerabilidades encontradas.
Introdução: Atualmente, a atenção primária à saúde no Brasil é responsável pela coordenação do cuidado e identificação dos problemas de saúde da população. O acompanhamento contínuo às famílias na atenção primária possibilita a identificação dos primeiros sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Objetivo: Conhecer as percepções dos profissionais de saúde que trabalham na atenção primária à saúde sobre o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Método: Estudo qualitativo, com abordagem exploratória, realizada na cidade de Campinas, São Paulo. Os dados foram coletados por meio de quatro grupos focais realizados com trabalhadores da atenção primária, e analisados por meio do método de análise de conteúdo. Resultados: Participaram do estudo trabalhadores de diferentes categorias profissionais. Identificaram-se pouco contato com o tema diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil na prática diária dos serviços, sentimento de insegurança e carência de conhecimento em relação ao tema. O relacionamento e o vínculo com a família foram algo presente em todos os grupos. O bom conhecimento técnico, o trabalho em equipe com diferentes competências e uma rede de atenção à saúde estruturada contribuem para melhorar o diagnóstico precoce a crianças e adolescentes com câncer. Conclusão: As percepções encontradas apontam para a necessidade de aprimorar a formação dos profissionais de saúde que atuam no cuidado à criança e adolescente na atenção primária à saúde, privilegiando a abordagem do tema diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.
Objective:To analyze the temporal trends in pneumonia mortality rates (standardized by age, using the 2010 population of Brazil as the standard) in all Brazilian geographical regions between 1996 and 2012. Methods:This was an ecological time-series study examining secondary data from the Mortality Database maintained by the Information Technology Department of the Brazilian Unified Health Care System. Polynomial and joinpoint regression models, and corresponding 95% CIs, were used for trend analysis. Results:The pneumonia mortality rates in the South, Southeast, and Central-West showed a decreasing behavior until 2000, followed by increases, whereas, in the North and Northeast, they showed increasing trends virtually throughout the period studied. There was variation in annual percent change in pneumonia mortality rates in all regions except the North. The Central-West had the greatest decrease in annual percent change between 1996 and 2000, followed by an increase of the same magnitude until 2005. The 80 years and over age group was the one most influencing the trend behavior of pneumonia mortality rates in all regions. Conclusions:In general, pneumonia mortality trends reversed, with an important increase occurring in the years after 2000.
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