RESUMO Após 12 anos de governos kirchneristas, uma coalização política liberal-conservadora consegue ganhar o poder na Argentina em 2015. Prometendo um retorno ao mundo com abertura comercial e liberalização econômica, o governo de Mauricio Macri chegou a seu último ano em uma grave crise econômica. O objetivo deste artigo é analisar de que forma as reformas econômicas promovidas pelo governo deterioraram significativamente as perspectivas futuras para economia argentina.
Junto com a recente eclosão da crise socioeconômica na Argentina, ganha visibilidade um amplo conjunto de ações coletivas de protesto social. Associadas a setores sociais particularmente afetados pela crise e apresentando-se como organizações de desempregados, destacam-se ali as chamadas organizações piqueteras, hoje em dia uma referência constante no debate político argentino.O objetivo do livro de Maristella Svampa e Sebastián Pereyra 1 é o de reconstruir e analisar o conjunto destas organizações "desde suas origens, mostrando a heterogeneidade, a riqueza e a pluralidade em seu interior" (p.11-2). Trata-se de uma escolha duplamente interessante. Por um lado, pela possibilidade de se ganhar compreensão deste fenômeno social e do processo socioeconômico argentino da última década, em que se deu seu desenvolvimento. Por outro, como destacam seus autores, aparece como um objeto de estudo desafiante no interior das ciências sociais e dos estudos sobre os chamados movimentos sociais, visto que algumas correntes neles dominantes caracterizam seus participantes como "excluídos sociais" e, portanto, "incapazes" de articular qualquer ação coletiva.Como eixos para esta tarefa de reconstrução, encontramos ao longo do livro uma ênfase no caráter de "ator coletivo e político" destas organizações e a importância de uma observação minuciosa do processo de sua formação e a interação entre seus participantesincluindo aqui também questões sobre formas internas de organização do poder, gestão de recursos materiais e construção de identidades. Do mesmo modo, aparecem duas chaves de leitura que se articulam nestes eixos. Por um lado, a análise de sua relação com a dinâmica socioeconômica e política argentina mais ampla. Por outro, o estudo da articulação entre o processo de formação das organizações piqueteras e sua dimensão territorial. Com relação à primeira, os autores fazem uma constante referência a um processo de "descoletivização" e desestruturação da sociedade salarial argentina, seguindo os conceitos de Robert Castel e considerando-os pertinentes para descrever o momento histórico concreto da Argentina nas últimas décadas -sustentados para tanto em uma extensa e muito interessante base bibliográfica. Com a segunda, sublinham a importância do "processo de inscrição territorial das classes populares" (p.9) para compreender as ações coletivas que entre elas surgiriam.No primeiro capítulo analisam a gênese do movimento piquetero, caracterizado como "movimento de movimentos". Nele se distinguem duas vertentes que inspiram o título do livro. Uma associada à "via" que agrega a série de piquetes -interrupção de vias -e puebladas -manifestação da maioria da população em seu apoio -que surgem no interior do país nos anos de 1996 e 1997. Elas dão-se em localidades estruturadas em torno de empresas estatais em processo de privatização, destacando-se o caráter multissetorial dos conflitos. Há ainda a vertente que os autores identificam com o "bairro", por ter uma "matriz especificamente territorial de ação coletiva", que ganha visibilid...
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Movimentos sociais, periferia e formas de dominação: dois estudos de caso sobre economia política e território em Buenos Aires Social movements, periphery and forms of domination: two case studies about political economy and territory in Buenos Aires Mouvements sociaux, banlieue et formes de domination: deux études de cas sur l'économie politique et territoire à Buenos Aires
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