Sob a perspectiva de “fim da história” e naturalização do modo de produção capitalista, a crise socioambiental é incorporada ao discurso de mercado, tornando- se estratégica para a manutenção do capitalismo. Essa “arte do contornamento”, com “roupagem verde”, conserva as relações de exploração do trabalhador e da natureza. Não obstante, surgem mecanismos de luta, entre eles a educação ambiental, vista pelo prisma crítico-transformador. De outra parte, instituições de assessoramento aos movimentos sociais, como as ONGs, invadem o campo educacional, sob o pretexto de fazer aquilo que o Estado não faz e reforçando uma lógica de Estado Gerencial. Objetiva-se, assim, evidenciar tais questões e a urgência da pesquisa acerca desse debate para a educação ambiental.
Resumo Este artigo apresenta reflexões acerca dos letramentos acadêmicos, compreendidos como práticas sociais, formas de ser, ouvir, escrever, ler, agir, interagir, acreditar, valorizar, sentir, usar recursos, ferramentas e tecnologias capazes de ativar e desenvolver a identidade própria da esfera acadêmica (FISCHER, 2007). Em uma abordagem qualitativo-interpretativista, busca analisar as apreciações valorativas que estudantes do curso de Mestrado em Comunicação e Sociedade de uma universidade pública desenvolvem a respeito do ensino da leitura e da escrita na esfera acadêmica, tendo em vista os expedientes pedagógicos adotados pelo professor universitário. Como evidências empíricas, utiliza excertos de relatos produzidos em entrevistas coletivas realizadas em 2019, em que os sujeitos revelam suas experiências relacionadas às práticas leitoras e escriturais dos gêneros discursivos acadêmicos. Com base nos dados gerados, é possível afirmar que, tendo em vista a existência de práticas pedagógicas que orientam a compreensão dos gêneros discursivos, as apreciações valorativas enunciadas indicam satisfação e contentamento na leitura dos textos. Em contrapartida, em se tratando da escrita, as apreciações valorativas sinalizam descontentamento e desagrado, em razão da ausência de encaminhamentos pedagógicos, e necessidade de formação contínua dos docentes universitários que: a) solicitam a produção de textos apenas para fins de avaliação; e b) não apresentam informações suficientes sobre o gênero discursivo em que a produção solicitada deva se materializar. Os resultados sugerem a necessidade da institucionalização das atividades de ensino da leitura e da escrita não só nos cursos de graduação, mas também nos de pós-graduação, considerando a natureza dialógica, situada e ininterrupta dos processos de letramento nessa esfera discursiva.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. RESUMO -Neste artigo, recorte de uma tese de doutorado, intencionou--se investigar como os professores de Língua Portuguesa, atuantes no Ensino Fundamental de três escolas municipais niteroienses, compreendem seu trabalho com o ensino da produção textual escrita e como tais práticas ocorrem em sala de aula, ouvindo suas versões da realidade, suas vozes em interação. Procurou-se ainda contribuir com a discussão acerca da realização do trabalho do professor de Língua Portuguesa na escola pública atual. A teoria da enunciação foi o guia da análise das enunciações desses professores, exploradas em grupos focais e entrevistas individuais, dispositivos enunciativos realizados em 2013 e 2014, respectivamente. Já a linguística textual foi a fonte teórica sobre o tema do ensino da produção textual escrita. Concluiu-se que o texto está na escola, onde sempre esteve, como gênero vivo, mas, como unidade de ensino-aprendizagem, é ainda um produto ora para ocupação do tempo, ora para a aprendizagem do conhecimento linguístico, ora para a aprendizagem de uma metalinguagem técnica, cujo endereçamento é o professor apenas e cuja situação social imediata é a aula, por ela mesma. Ainda que a pesquisa acadêmica no campo da linguagem muito tenha avançado, é geral, portanto, o desnorteio dos professores para trabalhar com turmas que apresentam dificuldades com o saber-escrever, dificuldades estas intensificadas pelas condições do trabalho docente na escola pública.Palavras-chave: ensino de Língua Portuguesa, produção textual escrita, escola pública.ABSTRACT -This article, based on a doctoral thesis, aimed to investigate how Portuguese language teachers from three public schools in Niterói, Brazil, understand their work as writing instructors and how they apply it in the classroom. This was done by listening to their versions of reality and their voices in interaction. It also sought to contribute to the discussion on Portuguese teaching in today's public schools. We analyzed the teachers' enunciations based on the theory of enunciation, using devices such as focus groups and individual interviews, which were carried out between 2013 and 2014, respectively. The subject of writing instruction was approached with textual linguistics as a theoretical framework. We concluded that the text still exists in school as a living genre, but, as a teaching-learning unit, it is still used as a product to either pass the time, gain linguistic knowledge or learn a technical metalanguage that only addresses the teacher and whose immediate social goal is the classroom itself. Although advances in academic research on language have been substantial, teachers in general still find themselves clueless as to how to work with groups that show difficulties in the writing process -difficulties that are only further compounded by the teaching c...
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