O objetivo deste capítulo é analisar os impactos dessa grave crise sanitária e econômica sobre as mulheres, mas é insuficiente trabalhar a partir de uma perspectiva que não seja a interseccional. Tal perspectiva considera as mulheres como um grupo heterogêneo, sujeitas a diferentes formas de opressão – em função de seu sexo, mas também de sua raça, de sua sexualidade, de sua classe social –, as quais só podem ser entendidas de forma interseccional, como fenômenos conectados que produzem experiências singulares (Crenshaw, 2002). Assim, toda a análise aqui conduzida procurará entender como a pandemia atingiu as mulheres, mas considerando-as como um conjunto diverso que, por situarem-se em posições diferentes neste mosaico de desigualdades, vivenciam os efeitos do novo coronavírus de forma distinta, sendo mais ou menos afetadas a depender de onde se situem na estrutura social.
Instituições participativas têm sido descritas como elementos de mitigação de tradicionais desigualdades políticas, ampliando o acesso de atores excluídos do sistema formal. Entretanto, também têm sido alvo de críticas que apontam a reprodução de desigualdades sociais e políticas em seu interior. O presente artigo empreende investigação empírica sobre desigualdades nos conselhos nacionais. Para tanto, são analisados dados de survey com767 conselheiros nacionais, membros de 21 conselhos e 3 comissões nacionais. A análise dos dados focou nas desigualdades entre os conselheiros quanto a renda, escolaridade, gênero, raça/cor, região de residência e setor de representação. Procura identificar se, nas dimensões citadas, os conselhos incluem atores tradicionalmente excluídos do processo político. As interpretações revelam um quadro complexo no que se refere à questão das desigualdades nos conselhos nacionais. Quando observado de forma agregada, o perfil dos conselheiros nacionais indica atores que possuem renda e escolaridade substancialmente superiores à média da população. No entanto, há considerável variação entre os conselhos nacionais ligados a distintas áreas de políticas públicas. Em algumas áreas, os conselhos exibem uma composição plural, sendo mais inclusivos e criando novas oportunidades de acesso a espaços decisórios.
Agradeço a Deus e a todas as suas manifestações na minha vida.Ao professor Edgar, cujo entusiasmo e objetividade são fonte de inspiração e energia.Minha família, pela paciência ao longo de tantos anos.Aos colegas de trabalho, que me motivam a fazer sempre melhor, em absolutamente todos os sentidos, tudo o que produzir de bom será sempre e também por cada um deles.Aos professores do PPGA, que me apresentaram outra forma de perceber a realidade. Aos colegas do grupo GERIR, pelas muitas contribuições e, principalmente, pelo apoio e estímulo.Às amigas e amigos que me deram suporte para insistir. Gratidão. RESUMOO objetivo desse trabalho é analisar como a atuação dos representantes da sociedade influencia no encaminhamento de demandas por políticas públicas, sob a perspectiva das teorias de redes sociais e de campos. Utiliza como objeto de estudo o Conselho Nacional de Turismo-CNTUR. Relações são observadas por meio da Análise de Redes sociais, que indica a estrutura das relações e a posição dos atores em um determinado campo. O campo é um microcosmo, que possui regras próprias, estrutura de relações, recursos materiais e simbólicos. Os conselhos de políticas públicas, como espaços de interação entre Estado e Sociedade nos diversos setores, cresceram em quantidade e diversidade de temas ao longo dos anos 90 e no início dos anos 2000. Pretende-se investigar como os conselheiros, como atores de um campo político, se relacionam neste campo e o resultado da atuação para a política pública. As fontes de pesquisa foram as 46 atas de reunião ordinária do CNTUR, registradas pelo conselho de 2003 a 2015. Por meio da análise de cada ata foram identificadas, sistematizadas e organizadas as demandas levadas para discussão no conselho, o conselheiro que propõe e os conselheiros que comentam cada uma. Considera-se como demanda todos os pedidos, assuntos, propostas levadas ao conselho durante as reuniões ordinárias, que permitem um encaminhamento pelo conselho e tenham provocado reação de pelo menos mais um participante da reunião. A partir das proposições e discussões elabora-se a rede de relações do conselho. Em seguida, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores chave, com foco nas demandas por eles propostas ao conselho, e pesquisa documental. Conclui-se, quanto à estrutura da rede, que apenas um núcleo restrito de instituições tem se manifestado ao longo da história do conselho. Os dois atores centrais são representantes do Estado, o próprio Ministério do Turismo e o os indicados da Presidência da República. Eles também estão entre os que levam mais propostas ao conselho. Todos os demais representantes públicos têm muito baixa participação no Conselho. Dentre os integrantes da sociedade destaca-se, em proposição de demandas, o segmento de representação profissional, mesmo tendo uma participação menor no CNTUR. O segmento empresarial tem um núcleo propositivo, constante desde a fundação da atual versão do Conselho. Foram investigadas, a partir das entrevistas com representantes da sociedade, três demandas: regulari...
Para lidar com a complexidade das políticas, a gestão pública tem passado por experiências de interação com os mais diversos segmentos da sociedade organizada. O objetivo deste artigo é analisar o conteúdo da atuação da sociedade junto às políticas públicas de turismo no espaço do Conselho Nacional de Turismo e a rede que se forma a partir desse conteúdo. Realizou-se análise documental, cujas fontes foram 46 atas de reunião ordinária do CNTUR, de 2003 a 2015. A leitura de cada ata identificou: demandas apresentadas, o conselheiro que propõe cada uma e os conselheiros que comentam. A partir das proposições e reações elabora-se a rede de relações do conselho, identificando a localização de cada ator, centrais e periféricos. Assim, podemos visualizar que muitos dos atores presentes no conselho nunca se manifestaram e poucos são responsáveis pela maioria das proposições, especialmente o Ministério do Turismo e o indicado da presidência da república.
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