A interação entre o Ensino Superior e a Educação Básica é uma das condições valorizadas nos processos de avaliação dos cursos de graduação, especialmente nas licenciaturas, estimulando que as instituições universitárias ampliem a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Considerando a importância desse processo, este artigo tem como objetivo contextualizar o papel desempenhado pelas Escolas Criativas na interação entre o Centro Universitário Barriga Verde – Unibave e redes municipais de ensino do sul de Santa Catarina (Brasil), destacando, nesse processo, escolas de referência no desenvolvimento de um ensino transdisciplinar e ecoformador. Para a realização do estudo, optou-se pela pesquisa documental e pelas abordagens qualitativa e quantitativa, condições que propiciaram a
análise de projetos de extensão do Unibave e de Projetos Criativos Ecoformadores – PCE, elaborados por gestores e docentes a partir do desenvolvimento do Programa de Formação - Ação em Escolas Criativas, ofertado às secretarias municipais de educação, por meio de uma parceria entre o Unibave e as Redes Internacionais de Escolas Criativas – RIEC e RIEC Brasil. Os resultados indicam a ampliação do número de redes municipais que se vinculam ao programa e do número de PCE elaborados anualmente, consolidando um processo de aproximação do planejamento a perspectivas mais transdisciplinares e ecoformadoras, bem como a relevância de escolas que têm se transformado em referência por sua capacidade de transcender, recriar, valorizar e transformar.
Esta pesquisa-intervenção propôs-se a analisar um caminho didático-pedagógico que articulasse o trato do conteúdo futebol com uma postura coeducativa. A fundamentação teórica pautou-se pela pedagogia histórico-crítica (SAVIANI, 2005), pelos estudos de Gasparin (2003) sobre os aspectos didáticos desta pedagogia, e por Castellani Filho et al. (2009) que, por meio da proposta crítico-superadora trouxeram, para a Educação Física, a concepção de ensino proposta por Saviani. Para tanto, foi observado um programa de aulas de futebol em um sexto ano do ensino fundamental de uma escola pública de Cocal do Sul – SC. Para registro das aulas utilizou-se gravação em vídeo e em áudio, complementadas por anotações em um diário de campo. Os resultados demonstraram que as relações de gênero entre adolescentes, durante a prática pedagógica do futebol, são hegemonicamente masculinas, mas após vivenciarem a problematização da experiência coeducativa, novas alternativas de sociabilidade e aprendizagem podem surgir, questionando a generificação ali presente.
O presente trabalho visa compreender o trato do futebol nas aulas de Educação Física a partir de uma reflexão co-educativa norteada pela abordagem crítico-superadora, além de refletir sobre as construções sociais de gênero nas escolas e nas aulas de Educação Física. Tem como objetivo compreender como os professores de Educação Física pensam e elaboram suas aulas, dentro da metodologia co-educativa, esta que ainda é uma temática nova dentro da disciplina, para que assim o esporte futebol seja compreendido como uma prática social e não mais visto como um esporte generificado. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, isto é, busca refletir sobre referenciais teóricos de livros, artigos, dissertações e teses de autores que corroboram o presente estudo, ou seja, visam desmistificar a hegemonia masculina no esporte futebol.
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