Este artigo tem por tema um estudo da concessão de epifania à personagem feminina, Ana, do conto Amor, pela autora Clarice Lispector. Por meio de uma análise interpretativista, pretende-se verificar o intuito perverso da epifania, como fator presente na produção literária de Lispector que permite às suas personagens a lucidez de sua situação por meio de reflexões conscientizadoras. Para a realização desse propósito, constituem a base analítica os estudos de Vignoles (1991), Nunes (1995), Rosenbaum (1999), Sant’Anna e Colassanti (2013). Os autores afirmam que a epifania obedece a uma sequência sintagmática, que se assemelha à estrutura clássica das narrativas em início, clímax e desfecho. Manifesta-se em pré-clímax, clímax e pós-clímax, que corresponde também a uma progressão da própria epifania: pré-epifania, epifania e pós-epifania. A epifania, nesse processo, funciona como um castigo perverso pela lucidez que é proporcionada.
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