Resumo: Diante de exemplos atuais de atitudes anticientíficas com resultados perniciosos à saúde pública, buscamos problematizar o ensino de ciências em moldes sociologistas que, embora enfatizem aspectos relevantes da atividade científica, são limitados e enviesados. Ilustrando alguns episódios do desenvolvimento da ciência que atestam uma franca correlação entre as teorias científicas e uma realidade subjacente, procuramos enfrentar algumas aproximações típicas do pensamento relativista para chamar a atenção para aspectos da objetividade científica pouco abordados no ensino de ciências. Objetivamos, com isso, contribuir com a prática docente dos professores interessados em questões sobre a objetividade científica e os usos e abusos que se faz dos preceitos científicos em contextos duvidosos, para que complementem sua própria posição a respeito.
A relevância da discussão sobre Natureza da Ciência na Educação em Ciências tem sido apontada nos últimos anos e diversas têm sido as abordagens que tomam a construção do conhecimento científico como objeto educacional. No presente artigo trazemos contribuições para o debate em torno daquela abordagem que ficou conhecida como a dos aspectos consensuais. Fazemos por meio da Teoria da Atividade Cultural-Histórica, apontando, que o caráter contraditório e contencioso é o que move a atividade humana, e, consequentemente, a produção do conhecimento científico. Nesse sentido, uma exagerada ênfase nos consensos, e não no contraditório, pouco contribuiria para promover, na Educação em Ciências, uma análise crítica da ciência e da sociedade na qual está inserida.
Discute-se, neste artigo, que a imaginação configura-se como um recurso heurístico ativo nos processos sociais e históricos de construção do conhecimento científico, podendo ser utilizada, por exemplo, no desenvolvimento de experimentos mentais. Tais experimentos servem como ferramentas que contribuem para o desenvolvimento científico, principalmente ao serem empregados, considerando-se a imaginação como recurso que guiará as possíveis alterações que uma conjectura poderá sofrer, ao longo de seu desenvolvimento. Explora-se, ainda, a importância de tratar o papel da imaginação na atividade científica no ensino de ciências, utilizando um episódio histórico específico – alcunhado de “O prato de Feynman” – de modo a considerar esta uma forma profícua de dirimir a concepção empiricista pura da atividade científica, tencionando fomentar um ensino em e sobre ciência.
Resumo: A relevância de se promover reflexões sobre ciência na educação básica e superior vem sendo destacada nas pesquisas das últimas décadas, seguidas por diversas propostas de didatização e inserção destas reflexões, especialmente por meio da História e Filosofia da Ciência e da Natureza da Ciência. Desta forma, temos como objetivo trazer reflexões sobre ciência, por meio do desenvolvimento das ondas gravitacionais, buscando contribuir com a educação em ciências a respeito à discussão sobre produção / consumo de conhecimento científico. Tendo como pano de fundo superar as separações entre discussões filosóficas e educacionais, nos apoiaremos na perspectiva da Teoria da Atividade Cultural-Histórica para discutir alguns aspectos do desenvolvimento das ondas gravitacionais como objeto educacional. Destacamos a contribuição dessa perspectiva para a problematização da reificação dos objetos da atividade científica e educacional, e apresentaremos uma possibilidade de compreensão (e propagação) das ondas gravitacionais não como coisas isoladas, mas como processos.
Inspirados pela chamada apontando que “as certezas parecem ter sido postas em xeque” e “pela certeza de que a educação científica precisa considerar questões da contemporaneidade em sua prática cotidiana de pesquisa e ensino” nos propusemos a pensar que termos como realidade, certeza, verdade precisam ser postos dentro de uma perspectiva que considere o processo de desenvolvimento da humanidade em sua inerente complexidade, constante transformação e que tais termos não são frutos de uma mente isolada, mas produzidos dentro de momentos históricos concretos. Diante disso, nosso objetivo é trazer contribuições para o debate em torno da verdade na Educação em Ciências. Para isso, lançaremos mão de dois exemplos que tratam de disputas em torno de dois verbetes da enciclopédia aberta Wikipédia, a fim de ilustrar um modo a partir do qual a verdade pode ser concebida, de maneira bastante problemática. Apesar de não tratarmos especificamente de situações típicas de ensino, sob o nosso ponto de vista tais exemplos são bastante elucidativos e nos permitem extrapolar a análise e trazer reflexões para a Educação em Ciências.
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