Este artigo aborda a interface entre a docência contemporânea e as relações interculturais, mediante análise de narrativas de professores de uma escola pública situada na fronteira Brasil-Venezuela. O espaço escolar se caracteriza pela coexistência, muitas vezes conflituosa, de diferentes culturas, etnias e nacionalidades. A partir da perspectiva pós-estruturalista, estudos sobre interculturalidade e docência são tomados como basilares para a construção argumentativa desenvolvida. Foram realizadas oito entrevistas com professores da escola pesquisada – material que é analisado por meio da ferramenta foucaultiana do discurso. Os excertos evidenciam a pluralidade de olhares docentes sobre as relações culturais na escola de fronteira. A presença de alunos estrangeiros pode ser entendida tanto como uma barreira quanto como uma oportunidade potente de aprendizagem para todos. O texto discute a possibilidade de uma docência constituída por um ethos fronteiriço que permita a existência da diferença e da produção de subjetividades dos sujeitos que habitam a escola.
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