Federal da Grande Dourados O artigo aborda a educação feminina de imigrantes japonesas, em Dourados, Mato Grosso do Sul, considerando a sua participação e pioneirismo na abertura da "Escola Modelo de Língua Japonesa de Dourados/MS". Objetiva-se compreender como as mulheres se organizaram para manter valores tradicionais da cultura japonesa, buscando a difusão de padrões de comportamento, para crianças e jovens, em uma "Escola". As fontes, constituídas por histórias de vida, trajetórias docentes e memórias autobiográficas, foram recolhidas via procedimentos da história oral, o que permitiu abordar as relações de gênero. Utilizaram-se, também, documentos oficiais e fotos. Os resultados apontam que as professoras foram idealizadoras da "Escola" e figuras imprescindíveis à comunidade de imigrantes e de nipo-brasileiros, atuando até o presente na manutenção da tradição e da cultura japonesas no município. Conclui-se que as relações de gênero estão fortemente marcadas no grupo de imigrantes, se expressando no alijamento das mulheres do espaço público, apesar de que, no movimento específico, as mulheres estivessem à frente, paradoxalmente a sua educação, fundada em "silêncios" e "submissões" da "vida doméstica", características presentes na concepção de educação para meninas, demonstrando os aspectos da cultura e os padrões da formação feminina japonesa. Palavras-chave: Imigrantes japoneses. Memórias. Educação feminina. Educação étnica. resumo "Escola modelo de língua japonesa" em Dourados/ms: imigração, história e educação feminina
As diversas imigrações tuteladas ao Brasil tiveram importância econômica e social para a construção da nação. Questões essas que igualmente ocorreram com a imigração japonesa. Nesse sentido, este artigo teve como objetivo compreender as figurações da educação formal e informal da comunidade nipo-brasileira em Dourados, Mato Grosso do Sul, no curso do processo civilizador. Por meio de fontes documentais e orais, a História Oral corroborou no processo metodológico da investigação acerca das redes de interdependências entre brasileiros e japoneses. Percebeu-se que os valores familiares da educação informal, reforçados na escola de uma educação formal, consolidou um habitus fundamental para a permanência do grupo na região estudada. Imersos nesse processo, os imigrantes japoneses acabaram regulando e autorregulando o comportamento, enquanto “segunda natureza”. Além disso, os participantes da pesquisa demonstraram o sucesso obtido pela escolha de terem vindo ao Brasil, evidenciando a persistência nipônica fundamental à formação de sua personalidade, empreendido na força do trabalho árduo. Suportar com paciência e superar nos esforços, mais do que sofrimento e dificuldades transpassados, a autodisciplina e a dedicação empreendidos na jornada, resultaram na conquista e no sucesso de viver em um país totalmente diferente do mundo conservado em suas memórias.
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