No transcorrer da história, pensadores e cientistas buscaram compreender as emoções, o comportamento e sua ligação com estruturas cerebrais e funções fisiológicas. Apesar da complexidade do encéfalo nas diferentes espécies, algumas ações cerebrais são comuns a todos os mamíferos, como as ocasionadas pelo medo. Este foi detalhadamente mapeado, evidenciando a existência de circuitos neurais específicos para o comportamento emocional. O medo possui dois circuitos distintos, um para o estímulo condicionado e outro para o incondicionado. O medo condicionado, também conhecido como medo aprendido, é desencadeado por estímulos que antecipam acontecimentos aversivos previamente vivenciados pelo animal, através de adapta-ções ou situações no ambiente no qual está estabelecido. Já o medo incondicionado, não derivado de experiências vividas anteriormente, conduz para o comportamento de fuga e/ou ataque na presença de um perigo real existente, a fim de livrar-se de uma situação ameaçadora. Embora as mesmas estruturas neurais estejam envolvidas, as vias utilizadas nesse mecanismo são distintas. Estes tópicos são abordados mais detalhadamente nesta revisão bibliográfica.
No Brasil, aproximadamente 4 milhões de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente com a aquicultura, a qual contribui como fonte de renda e produção de alimento. Na última década, o consumo de pescado no mundo elevou-se exponencialmente, ressaltando a preocupação quanto ao bem-estar e redução do estresse desses animais por parte de consumidores de proteína animal, pesquisadores, desenvolvedores de tecnologias e produtores. Sabe-se que o estresse nos peixes desencadeia respostas neuroendócrinas, liberando catecolaminas e cortisol. A discussão acerca do tema se dá por razões éticas e pela qualidade de vida desses seres, o que pode agregar vantagens tanto para os animais como para a produtividade em si, melhorando a reprodução, crescimento e qualidade da carne, dentre outros benefícios. O estudo da senciência em conjunto com estudos neuroanatômicos, comportamentais e fisiológicos é ferramenta importante para o conhecimento e redução da ocorrência de estresse nos diferentes manejos produtivos. Este trabalho apresenta estruturas neuroanatômicas e endócrinas de peixes como ferramenta auxiliar na caracterização do bem-estar e estresse nesses animais. A analogia entre estruturas neuronais de peixes e mamíferos, e a observação comportamental frente a diferentes estressores, suporta a ideia de que esses animais possuem graus de senciência. Desta forma, novas pesquisas objetivando a diminuição do estresse e sofrimento e visando boas práticas de manejo destes animais são essenciais para que se possa definir técnicas adequadas e humanitárias de abate.
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