O presente artigo tem como objectivo analisar o impacto do Covid-19 no sector de Turismo, com incidência para o papel dos transportes aéreos nesse processo. O espaço escolhido para a análise é Moçambique, um país em desenvolvimento, situado na África Austral de onde se elegeu um recorte espacial constituído pelos municípios de Maputo, Inhambane, Vilanculos e Pemba. Para o alcance do objectivo proposto, a opção foi por uma metodologia mista quali-quantitativa, multi-escalar, tendo-se recorrido, para a recolha de dados a revisão bibliográfica e documental e a entrevista, segundo um guião elaborado para o efeito. Os resultados do estudo revelam que o sector de turismo foi muito afectado pela pandemia, tanto de forma directa, com uma redução drástica do número de visitantes como consequência directa da pandemia, mas e sobretudo pela redução do número de voos por decisão, tanto dos países emissores como, mais tarde pelas autoridades de Moçambique. Ora, reduzindo, ao mínimo as possibilidades de movimentação internacional e nacional, os empreendimentos turísticos (alojamento e restaurantes) vêem desaparecer a sua principal fonte de renda. Assim, assistiu-se ao encerramento ou a redução de actividades de muitos empreendimentos com impactos, económicos e sociais negativos percebidos por todos os actores ou agentes do turismo.
Praças, parques, jardins públicos, ruas, passeios, entre outros, constituem equipamentos colectivos com grande importância para o lazer e a qualidade de vida das pessoas onde eles estão instalados. O aumento do tempo fora do trabalho e a crescente mobilidade dos cidadãos contribuem para a valorização destes elementos. Assim, a sua ausência ou precariedade tem implicações negativas nas formas de convivência social, na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida das pessoas. Em Moçambique em geral e na cidade de Maputo, em particular, assiste-se a um processo acelerado de apropriação desses espaços públicos. Trata-se de apropriações formais e informais. Constituem objetivos deste trabalho, por um lado, analisar a importância dos espaços públicos no lazer e na qualidade de vida das pessoas e, por outro lado, refletir sobre as consequências da apropriação desses equipamentos coletivos na qualidade de vida dos seus usuários. Para o desenvolvimento da pesquisa, trabalhou-se segundo uma metodologia flexível, que alguns autores denominam de “modelo artesanal de ciência”. Assim, consistiu na produção de métodos necessários para o trabalho, numa espécie de “costura de diversos tipos de pesquisa disponíveis e públicos”. Os resultados da pesquisa, ainda que não definitivos, indicam que a apropriação ou privatização dos espaços públicos na cidade de Maputo, por um lado, é uma consequência da mercantilização do lazer, processo com anuência ou mesmo incentivado pelo poder público; por outro lado, agora com ausência ou com repressão do poder público, constitui uma apropriação que é consequência da pobreza ou da luta pela sobrevivência.
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