O texto aqui apresentado é um recorte da dissertação intitulada “Igualdade e emancipação: signos para se pensar a avaliação em filosofia a partir de O mestre ignorante de Jacques Rancière” defendida no Mestrado Profissional em Filosofia-PROF-FILO, Núcleo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN em junho 2020. Nesse recorte, a pesquisa parte da provocação de Ceppas (2013) segundo o qual há espaço na Escola para o “anúncio da boa nova da emancipação” e que tal anúncio, assumido pelo filósofo-professor, é um “desafio pedagógico-político”. Ao assumir essa posição, a pesquisa questiona se é possível indicar um método para que o “anúncio da emancipação” na Escola possa ser feito segundo uma tonalidade inspirada em O mestre ignorante? Em um primeiro momento, a pesquisa reconhece que existe uma discussão sobre o “método” na obra citada; que é possível indicar no texto diversas maneiras para se referir ao “método Jacotot” e que é possível também especificar elementos do referido “método”. Porém, a pesquisa aponta restrições em O mestre ignorante para uma “tradução pedagógica” ou institucionalização do “método Jacotot”. Dessa forma, mais do que “criar” um novo método de aprendizagem da Filosofia, o objetivo do recorte que aqui apresentamos é indicar um caminho seguindo a narrativa da “experiência pedagógica” (RANCIÈRE, 2017, p. 32) de O mestre ignorante. Após a análise da bibliografia primária e secundária, a pesquisa apresenta oito passos ou movimentos para uma experiência com a Filosofia na Escola e, em sua última parte, amplia a discussão sobre o oitavo passo para pensar a avaliação da aprendizagem em Filosofia. Sobre esse último aspecto, a pesquisa conclui que se não cabe uma avaliação que verifique conhecimentos e conteúdos supostamente compreendidos ou não pelos estudantes, mas verificar o quanto o aluno buscou resolver a questão-problema colocada e como traduziu e deu palavra aos seus movimentos a partir da “coisa comum”, na avaliação o mestre deveria verificar o quanto de “atenção” e “vontade” o estudante coloca na sua “busca”.
The Research Notebook: The institutionality of culture and sociocultural changes brings together the initial thoughts and considerations of Néstor García Canclini’s tenure as the holder of Olavo Setubal Chair of Art, Culture and Science (2020/2021). This publication offers a compilation of the speeches from the inauguration ceremony, in addition to the research proposals planned for the period. Canclini urges us to rethink the classical notion of cultural institutions, considering the tension with the new forms of production, intermediation and access that digital devices promote. What is the role of these institutions in the development of a citizenship guided by interculturality, by the rights and duties of coexistence?
Dossiê Filosofia e Mística-Tradução "Quem és tu?" Jesus responde: "[Eu sou] o Princípio, [Eu] quem vos falo". (João. 8:25). [1] Para o exercício de nosso intelecto proponho tratar aqui, pela graça de Deus, certos pontos a respeito do Princípio. Na língua grega, a palavra "Princípio" é feminina em gênero e, na passagem acima, está no caso acusativo. Agostinho expõe essa passagem [da seguinte forma]: "Eu, quem vos falo, sou o Princípio, acredite em mim e então vós não perecereis em vossos pecados". [2] Primeiramente, então, investiguemos se há Princípio. Platão, como Proclo escreve em seu Comentário ao Parmênides, assevera que este mundo veio a existir a partir de uma causa anterior, na medida em que o que é divisível não pode subsistir per se, pois o subsistente per se é aquilo que pode ser. Contudo, desde que o divisível pode ser dividido, também pode não ser; ou melhor, na mesma medida como é, em si, passível de divisão, não é subsistente per se, ou seja, não é authypostaton. [3] Além disso, um agente visível atua por meio de uma força invisível, por exemplo, o fogo atua por meio do calor e a neve atua por meio do frio; e, da mesma forma, em geral, um agente que causa ou gera é invisível. Mas, no caso do subsistente per se, o que faz e o feito, o que gera e o gerado são o mesmo. Portanto, [o subsistente per se] não é visível. [4] Além do que, se o divisível existisse per se, existiria e, ao mesmo tempo, não existiria. Por exemplo, se o cálido fosse per se aquilo que é, então ele faria a si mesmo quente e, portanto, seria ambos: quente e não quente [ao mesmo tempo]. De que modo poderia fazer-se quente se não fosse [anteriormente] quente e de que modo poderia ser em ato quente, quando quente se torna? Portanto, [o divisível] não pode ser movido por si mesmo. [5] Então, assim como todo movimento provém de uma causa imóvel, todo o divisível provém de uma causa indivisível. Contudo, este mundo visível e corpóreo é de uma natureza divisível, desde que o que é corpóreo é divisível. Assim sendo, [este mundo] provém de uma causa anterior, indivisível. [Isso], nosso Salvador o exprime quando fala: "Quem dentre vós pode adicionar um único cúbito no seu tamanho?" (Lc. 12, 25). De fato, o que é a partir de uma causa não pode acrescentar algo para que seu ser seja maior; mas, ele que deu o ser, isto é, Deus dá o incremento. Como Paulo afirma: "Nem aquele que planta nem aquele que rega, mas somente Deus é quem gera o crescimento" (I Cor. 3, 7). A partir dessas considerações, é evidente que somente o infinito e eterno é authypostaton, ou seja, existente per se, por isso, somente ele é indivisível e é aquilo ao qual nada pode ser acrescido. Contudo, podem haver adições e subtrações de algo finito, sem que haja conflito. Assim sendo, [o finito] não é authypostaton, ou subsistente per se, mas provém de uma causa mais antiga.
Este artigo traz traços de uma importante discussão dentro do contexto da filosofia de Nicolau de Cusa, a saber, a discussão sobre o conceito de transsumptio e o uso de enigmas como uma saída para um discurso acerca do princípio primeiro, isto é, Deus. O objetivo é mostrar como esta perspectiva enigmática ou simbólica aparece na filosofia cusana, especialmente nas três obras que se propõe a discutir este trabalho: De docta ignorantia (1440), De visione dei (1453) e De non aliud (1462).[This article brings out traces of an important discussion in the context of the philosophy of Nicholas of Cusa, i.e. the discussion about the concept of transsumptio and the use of puzzles as a way out for a discourse on the first principle, that is, God. The objective is to show how this enigmatic or symbolic perspective appears in the Cusan philosophy especially in the three works that this work proposes to discuss: De docta ignorantia (1440), De visione dei (1453) and De non aliud (1462).]
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