Este artigo é fruto de uma pesquisa que objetivou compreender as características e influências da modalidade de viagem All Inclusive (Todo Incluido –TI) na ilha de Tenerife, na Espanha. A investigação foi guiada pelos questionamentos: Como esse produto se configura em Tenerife, e quem são os turistas que o consomem? De que maneira o TI é apreendido pelos turistas? Os turistas que adquirem o TI têm motivação para visitar outros atrativos turísticos da ilha? A metodologia baseou-se na pesquisa bibliográfica, documental e realização de entrevistas com turistas TI hospedados em dois hotéis da região, especialistas em Turismo e Hotelaria, e animadores de hotel. Os resultados evidenciaram que a principal motivação para adquirir o TI está relacionada ao preço acessível. Os depoentes alegaram disposição para consumir os produtos, benefícios e variedade de serviços ofertados no próprio empreendimento, o que acaba retendo os turistas dentro dos hotéis e inibindo visitas a outros atrativos. Quase todos os turistas entrevistados (20 dos 23) não tinham pretensão de sair do hotel para conhecer os demais atrativos da região para evitar gastos extras. Os entrevistados acreditam que o pacote proporciona tranquilidade, descanso, lazer, comodidade e liberdade. Foi possível verificar que o pacote TI é regido basicamente pelo poder privado, têm causado um grande impacto nos demais serviços, equipamentos e atrativos turísticos da região, está em constante crescimento e carece de regulamentação por meio de políticas públicas de turismo de caráter intersetorial a fim de minimizar os efeitos gerados pelo produto..
O objetivo deste estudo foi verificar o estado de humor de praticantes amadores de corrida de rua nos períodos pré e pós-prova, a partir da Escala Brasileira de Humor (BRAMS). Participaram da pesquisa 37 praticantes filiados a grupos de corrida de rua. Auferiu-se, em relação aos estados de humor dos participantes, que a tensão, o vigor e a confusão apresentaram valores inferiores após a prova. A fadiga foi a única dimensão com aumento no período pós-prova. Em relação à qualidade do sono, pôde-se observar que os indivíduos que tiveram um sono satisfatório na noite anterior estavam mais bem preparados para a prova. Realizou-se, ainda, uma análise de acordo com o nível de experiência, na qual se verificou que os praticantes menos experientes sofreram mais os efeitos da competição, o que afetou significativamente os escores de tensão, vigor, fadiga e confusão.
Esta pesquisa tem como objetivos: compreender de que maneira são estabelecidas as interações de anfitriões e hóspedes em hostels de Belo Horizonte-MG, identificar as motivações e percepções desses sujeitos em relação a este meio de hospedagem e investigar de que forma as práticas de lazer se manifestam nestes contextos. A metodologia, de natureza qualitativa, envolveu pesquisa de campo em três hostels da cidade de Belo Horizonte, sendo estes selecionados por critérios previamente estipulados. Além da estratégia de observação, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 24 sujeitos, sendo 18 hóspedes e 6 anfitriões. Os dados coletados foram sistematizados e analisados por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), sendo esta técnica complementada e enriquecida com o auxílio do software Nvivo. Os resultados da pesquisa evidenciaram que as interações humanas em hostel são a base mobilizadora de experiências dentro dos espaços investigados. As relações entre hóspedes e destes com anfitriões são tecidas por meio de laços afetivos, amizade, retribuições e aprendizados, disparando assim um fluxo cotidiano de novas práxis e tramas associadas ao lazer e à hospitalidade. Uma manifestação do lazer que ficou em evidência foram as conversações dos sujeitos durante a estadia no hostel, alicerçadas nas festas, celebrações e variadas formas de sociabilidade e experiências, inclusive o consumo de práticas consideradas ilícitas, como o uso da maconha. O predomínio da hospitalidade doméstica, conjugada à comercial, descortinou o hibridismo do fenômeno no contexto investigado, possibilitando ampliar as discussões sobre o tema, dado o embrionário debate no que se refere à manifestação da dádiva em contextos comerciais. Os anfitriões entrevistados acreditam que a forma de tratamento desempenhada no hostel está associada ao seu perfil hospitaleiro, seja como profissional e/ou como pessoa, revelando a predileção e vocação pelo servir, bem como traços de personalidade hospitaleira. Isso coloca em evidência o papel imprescindível de anfitriões para a concretização da hospitalidade genuína nos hostels, não se resumindo, portanto, a um mero exercício cênico nesse contexto. A percepção do hostel como “casa” é reconhecida tanto por anfitriões como hóspedes, assim como a possibilidade de conhecer e interagir com pessoas e culturas distintas, que são aspectos constituintes da motivação dos sujeitos em relação a este tipo de hospedagem. No entanto, este cenário não está isento de tensionamentos, conflitos e paradoxos, indicando que os principais se referem aos ruídos, à desordem verificada nos quartos e na cozinha, dificuldades relacionadas ao uso coletivo do banheiro, a nudez e a intimidade sexual que tensionam a privacidade, sobretudo, nos quartos compartilhados, gerando desconfortos e constrangimentos em alguns hóspedes e desafios para os anfitriões. Conclui-se que as interações humanas no contexto hosteleiro são protagonizadas por hóspedes e anfitriões, que, de maneira subjetiva, vivenciam e dão vida à dinâmica cotidiana de um hostel por meio de incontáveis práticas e infindáveis experiências.
A Internet é hoje um dos principais meios de busca da informação e de promoção do turismo. Entretanto, para que a função de informar seja eficaz, os sites devem ser organizados de modo a instigar no cliente o desejo de consumir o produto ou destino. Desse modo, o presente estudo visou responder se as funções, os serviços e conteúdos disponíveis no site da Estrada Real contribuem para a promoção da Rota por meio da experiência online do consumidor. Para tanto, adotou-se como metodologia a realização de pesquisa qualitativa e descritiva do Portal Estrada Real, com base na adaptação da Listagem de Parâmetros e Critérios para Avaliação da Dimensão da Experiência proposta por Farias (2011) e do Instrumento para a Análise de Websites Turísticos proposto por Bogado e Teles (2003). Os resultados evidenciaram que a promoção turística da Estrada Real é realizada de modo integrado entre o site e outras ações de divulgação e promoção. O portal detém um papel estratégico ao concentrar as informações e orientações que contribuem para despertar o desejo do viajante e contribuir para o planejamento e execução da viagem. Notou-se que através do site é possível minimizar os efeitos relacionados à intangibilidade do produto turístico relacionados à limitação sensorial antes da compra.
Este artigo objetiva compreender de que maneira a privacidade se manifesta em hostels, verificando os paradoxos e tensões que emergem no cotidiano destes meios de hospedagem compartilhados. A metodologia, de natureza qualitativa, envolveu pesquisa de campo em três hostels, selecionados por critérios previamente estipulados, localizados na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Além da observação, foram realizadas entrevistas com 18 hóspedes e 6 anfitriões. Os dados coletados foram sistematizados e analisados por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), sendo esta técnica complementada com o auxílio do software NVivo. Os resultados da pesquisa evidenciaram que o quarto, mesmo compartilhado, representa o primeiro passo na caminhada para a privacidade dos sujeitos, sendo o mobiliário cama o principal local para sua concretização. Os hóspedes utilizam diferentes estratégias para resguardar a privacidade. Quanto aos paradoxos e tensões que a desafiam, os resultados da pesquisa de campo indicam que os principais são os ruídos, a desordem verificada nos quartos e na cozinha, dificuldades relacionadas ao uso coletivo do banheiro, a nudez, a intimidade sexual nos quartos compartilhados e o convívio com pessoas com hábitos e origens diversas. No entanto, neste meio de hospedagem complexo e ambíguo que é o hostel, foi constatado que o quarto pode ser, também, um espaço que possibilita um processo de trocas valorizado pelos hóspedes. Isso se deve, especialmente, às práticas de lazer e comensalidade experimentadas pelos sujeitos que ocupam temporariamente aquele território, e ao intercâmbio de experiências sobre os atrativos turísticos da capital mineira.
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