O objetivo deste artigo é analisar as implicações da parceria público-privada para a gestão democrática da escola pública, a partir da metodologia de análise documental. Para auxiliar na análise, estudamos o modelo de parceria proposto pelo Instituto Ayrton Senna (IAS) junto às secretarias estaduais e municipais de educação do Rio Grande do Sul. Demonstramos que a parceria firmada entre o IAS e as Secretarias de Educação Públicas reduz a autonomia e interfere no processo de consolidação de gestão democrática da escola.
O artigo tem como objetivo apresentar um recorte do debate acerca do papel da educação no processo de construção da democracia. A produção de conhecimento e a formação de professores estão no centro da relação entre o público e o privado. Think Tanks e institutos com ou sem fins lucrativos, ideologicamente vinculados ao neoconservadorismo e financiados pelo mercado, disputam com a Universidade o espaço na produção de conhecimento e na formação continuada de educadores. Tais organizações adentram as escolas públicas interferindo no trabalho docente, esvaziando a prática pedagógica, retirando do professor a essência do seu trabalho como intelectual. Como materialização desse processo, trouxemos o convênio firmado entre o Instituto Ayrton Senna (IAS) e um município do estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida por meio de análise documental e estudo de caso. Verificamos que Think Tanks, Institutos e Fundações privadas têm disputado a formação continuada de professores com foco nos resultados da aprendizagem, valorizando a consecução de metas na educação. Assim sendo, questionamos a transferência cada vez maior para o privado da formação de docentes, no sentido de disputa pelo conteúdo da educação e os projetos de sociedade que essas propostas materializam.
Este artigo tem como objetivo discutir a entrada do setor privado na educação e como ele redefine o setor público intervindo nas políticas e práticas educacionais. Será apresentada a relação público-privada entre o Sistema de Ensino Aprende Brasil (SEAB) do Grupo Positivo e a Secretaria Municipal de Educação de Gravataí / RS, debatendo os processos de privatização. As políticas sociais são atingidas fortemente pelas políticas neoliberais e os processos de privatização se consolidam. Na educação eles aparecem com diferentes contornos: ora surge como uma parceria entre público e o privado, com a rede de ensino ou diretamente com as escolas, em que a iniciativa privada assume a responsabilidade pela gestão e/ou pelo pedagógico da escola. Ora aparece vendendo serviços educacionais e tecnologias para as escolas públicas, fornecendo proposta de conteúdo e execução para o setor público. A lógica privatista implica retrocesso para a democracia na educação pública e o papel da escola é de fundamental importância na construção de uma sociedade democrática. É o caso do Sistema de Ensino Aprende Brasil do Grupo Positivo no município de Gravataí/RS. O currículo escolar passa a ser definido por meio do sistema apostilado de ensino em que o município o paga para adquirir.
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