As relações capitalistas no campo são geradoras de territórios com lógicas distintas e contraditórias. A partir da produção agrícola desses territórios é possível diferencia-los e relaciona-los com as questões sociais que se plasmam no campo. Nesse artigo, temos como locus o estado do Maranhão, onde discutimos dados da produção agrícola (lavouras, produtos da extração vegetal e da silvicultura) e relacionamos com o aumento da violência, compreendendo que a expansão do agronegócio maranhense é um dos principais responsáveis pelo aumento da violência contra camponeses e trabalhadores rurais.
Em 2016 o departamento criado para atender ao desenvolvimento do MATOPIBA fora extinto, engana-se, porém, que se tenha findado os investimentos públicos e privados para a Região. A fronteira agrícola continua avançando sobre os cerrados e ameaçando o modo de vida das populações ali estabelecidas. O crescimento das áreas plantadas de soja e dos conflitos socioterritoriais são indicativos dos impactos do agronegócio nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. No Maranhão, em pouco mais de duas décadas a microrregião de Chapadinha teve o maior aumento da área plantada de soja entre as demais microrregiões do MATOPIBA, é nela também que tivemos os maiores números de conflitos por terra da Região, quadro bastante representativo das relações estabelecidas pelo agronegócio brasileiro.
ResumoNeste artigo, analisa-se a dinâmica da produção de soja e seus reflexos na produção agrícola camponesa no município de Brejo-MA. Para tanto, apresenta-se um breve panorama das transformações ocorridas no campo Maranhense. Posteriormente discutese o estabelecimento da produção sojícola no município de Brejo. Com base nas informações sobre a produção agrícola municipal do IBGE, esta pesquisa revela uma relação inversamente proporcional entre crescimento da produção de soja e diminuição das áreas destinadas ao cultivo de produtos como arroz e mandioca, base alimentar da agricultura camponesa do município de Brejo-MA.Palavras-chave: Campo. Produção de Soja. Agricultura Camponesa.
AbstractThis articles analyses the dynamic of the soya production and its impacts in the agricultural production of the Brejo city in the State of Maranhão. Therefore, this study presents a brief overview of the transformations occurred in the agricultural field of the Maranhão State. Subsequently it discuss the introduction of the soya production in the Brejo city. With basis on the informations about municipal agricultural production of the Brazilian Geographical and Statistical Institute (IBGE), this research reveals a inversely proportional relationship between soya production increasing and decreasing of the cultivation areas as rice and manioc, food retail of the Brejo's peasant agriculture.
Neste texto apresentamos uma breve reflexão sobre os processos de luta pela posse e permanência na terra realizada pelo campesinato no campo brasileiro, tendo por realidade empírica a microrregião de Chapadinha, no Maranhão. O encaminhamento metodológico utilizado teve por base o levantamento bibliográfico, a continuidade de reflexões realizadas em trabalhos anteriores, além da consulta de dados em fontes secundárias (IBGE, INCRA). Destacamos que os processos de mobilização camponesa de luta pela terra em curso na região em analise são variadas e relacionadas principalmente à criação de assentamentos de reforma agrária, acionamento de identidades étnicas e, sobretudo, a manutenção da condição camponesa, apesar da forte pressão exercida pelo agronegócio sobre seus territórios.
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