Introdução: O trauma é a principal causa não obstétrica de mortalidade na gestante e 7% das mulheres grávidas sofrem algum tipo de traumatismo. O atendimento à gestante politraumatizada não deve ser diferente daquele oferecido à mulher não grávida, mas requer atenção especial em razão das alterações anatômicas e fisiológicas que podem modificar as respostas endócrino, metabólica e imunológica ao trauma. O efeito do trauma na gestação depende da idade gestacional, da intensidade e da gravidade do trauma. Está associado a uma taxa alta de perda fetal, cujas causas mais comuns são descolamento da placenta e mortalidade materna. Objetivo: Discutir as condutas adotadas diante do atendimento a essa gestante de acordo com o protocolo firmado pelo Advanced Trauma Life Support (ATLS). Métodos: Análise de prontuário, exames complementares e revisão bibliográfica. Caso Clínico: Mulher, 18 anos, branca, gestante de 36 semanas e 1 dia, multípara, portadora do vírus da imunodeficiência humana. Vítima de acidente de moto, deu entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, trazida pelo Corpo de Bombeiros sem imobilização adequada, em trabalho de parto, com fratura pélvica em “open book”, queixando-se de dor abdominal em cólica e contrações uterinas. Ao exame físico: via aérea pérvia e ventilação pulmonar adequada, pressão arterial sistólica 100 mm Hg, frequência cardíaca 87 bpm e Escala de Coma de Glasgow 15. Apresentava boa movimentação fetal e 7 cm de dilatação ao toque vaginal. Foi encaminhada à maternidade, onde se realizou o parto vaginal sem intercorrências. A paciente evoluiu com choque hipovolêmico. A radiografia panorâmica da pelve evidenciou disjunção da sínfise púbica e líquido livre na pelve ao exame de ultrassom de abdome total. Realizou-se fixação cirúrgica externa da pelve. Paciente evoluiu com hipotonia uterina e sangramento vaginal, e foi realizada a propedêutica para hemorragia pós-parto e controle de danos. Na enfermaria apresentou trombose venosa profunda, revertida com o uso de anticoagulação plena. Recebeu alta hospitalar no décimo dia de internação. Resultados: A abordagem inicial da gestante vítima de trauma deve ser pautada na regra do “ABCDE”: via aérea, ventilação, circulação, exame neurológico, exposição do corpo e, no caso da gestante, avaliação dos sinais vitais do feto. Descartada a hipótese de lesão cervical, a paciente deve ser mantida em decúbito lateral esquerdo para que o útero não comprima a veia cava inferior, diminuindo o retorno venoso. Na suspeita de lesão cervical, ela deve ser mantida em posição supina, com elevação do quadril direito, e o útero deve ser deslocado manualmente para a esquerda. Em razão do maior consumo de oxigênio pela gestante, deve-se instituir prontamente a suplementação. Em consequência do aumento do volume intravascular, a paciente pode perder até 35% da volemia antes de apresentar sinais de hipovolemia. Conclusão: O atendimento à gestante politraumatizada deve seguir o mesmo protocolo de vítima não grávida. Deve-se sempre realizar a imobilização no atendimento pré-hospitalar, quando indicada de acordo com a gravidade do trauma. No caso clinico apresentado, a gestante, além de politraumatizada, estava em trabalho de parto no momento do atendimento, o que dificultou a avaliação inicial da dor pélvica. Não houve imobilização adequada no pré-hospitalar e, no intra-hospitalar, seguiu-se o protocolo de atendimento do ATLS.
This article aims to define sexual crime, to study the relationship between sexual crimes and mental disorders. Aspects of psychiatric expertise of individuals Who have committed sex crimes are also described. The assessment of criminal imputability is extremely important in order to adjust, in each case, the application of security measures and appropriate criminal and correctional sanctions.
Segundo Franco & Mehry (2003), o fluxograma é uma representação gráfica de todas as etapas do processo de trabalho que permite observar e analisar o que acontece em sua operacionalização. Esta ferramenta aplicada numa emergência hospitalar permite avaliar o fluxo dos pacientes, as relações estabelecidas e, a partir disso, os pontos críticos deste processo. Realizado por estudantes no início da graduação, permite um conhecimento realista do fluxo assistencial. Foi relatada a vivência pelos alunos de medicina num Hospital Público, na qual a produção de conhecimento e a vivência no serviço foram os elementos centrais. Foi destacada a importância da inserção precoce na rede, associado à problematização da vivência, tornando-se assim chave para o aprendizado. Compreender o fluxo e os eixos da emergência em um hospital de alta complexidade; evidenciar a importância da vivência prática na formação dos conhecimentos sobre a articulação hospitalar; construir um fluxograma analisador a partir dos dados observados. Foi utilizado o método qualitativo, com observação participante do trabalho dos profissionais e da rotina do pronto atendimento, no primeiro semestre de 2016, às terças-feiras, durante 8 semanas, 8h/semana. Como referência analítica, foram utilizados textos técnicos com enfoque em gestão hospitalar, análise de fluxo de pacientes e Acolhimento com Classificação de Risco do Ministério da Saúde, discutidos na disciplina de Saúde da Comunidade II do curso de Medicina. Após esse período de pesquisa, o cerne do estudo se baseou na formulação de um fluxograma analisador. Conforme preconizado pelo Humaniza SUS, um hospital que oferece setor de Urgência e Emergência deve ser dividido em eixos (vermelho e azul), áreas (vermelha, amarela e verde) e planos. Nesse contexto, a montagem do fluxograma evidenciou a distância existente entre os dados literários e a operação prática, sobretudo na relação recíproca entre os eixos. Segundo a bibliografia, os eixos deveriam se comportar de maneira contínua e linear, mas com a vivência foi percebido que suas interações são obstrutivas e sobrepostas. O maior problema da sobreposição dos eixos é a geração de um efeito em cadeia, no qual a obstrução de um deles acaba por afetar os adjacentes. Isso fica nítido quando se observa a interrupção do fluxo na área amarela que congestiona o eixo azul, causando a superlotação da urgência. Esta experiência, a montagem de um fluxograma analisador a partir de saberes práticos, ressaltou a necessidade de um ensino médico mais proativo, saindo da inalterabilidade do conhecimento teórico. Ademais, é importante a inclusão de graduandos desde o início do curso no sistema hospitalar, para fomentação de um conhecimento modelado pela saúde pública brasileira.
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