Nesse artigo analiso a presença do chamado grande público em exposições de artes plásticas. Primeiro enfoco a proliferação, a partir da década de 1970, de centros culturais e de instituições com algumas de suas características, onde parte considerável das exposições voltadas para esse público é oferecida. Em seguida, abordo dimensões políticas desse afluxo registradas em estudos sociológicos a respeito do contato da população com objetos de arte legitimados pelas classes privilegiadas. Finalmente, baseados em pesquisa etnográfica, reflito sobre as especificidades e as continuidades das exposições de artes plásticas frente a outras situações de apresentação de produtos artísticos, atentando para o significado da presença do público nelas e para conseqüências analíticas de seu estudo.
In this article, we analyze the attendance of what we call the general public in plastic art exhibitions. At first, we put in focus the spread of cultural centers or institutes with some of its characteristics, since the 1970 decade, where a great number of exhibitions directed to this kind of public take place. After that, we approach the political importance of this flowing registered in sociological studies concerning people being in touch with art objects legitimated by affluent people. Finally, based on ethnographic research, we reflect on the fact of the plastic art exhibitions be specific and continuous before other situations of artistic products presentation, observing the sense of the public attendance in the exhibitions and the analytical consequences of their study
Este artigo busca situar a Sociologia da Arte em face à evolução da produção internacional e de sua repercussão para a formação da área no Brasil. A partir dos debates dos anos 1960, realizados na França e nos Estados Unidos, destacamos alguns desenvolvimentos teórico-metodológicos no cenário internacional. Assim também, procuramos entender o particular desenvolvimento da área no Brasil e seu crescimento a partir da consolidação do próprio mercado de arte no país e, sobretudo, de políticas públicas que direcionaram a produção artística e, eventualmente, fizeram surgir novos objetos de pesquisa. Palavras-chave: Sociologia da arte; artes visuais; formação de um campo de pesquisa
Este artigo trata de aspecto nem sempre enfocado da arte -a venda -, refletindo sobre as formas por meio das quais ela se liga a procedimentos criativos e a diversos atributos que costumam compor a identidade de artista, como o caráter original, individualizado e comercialmente desinteressado de sua produção. Analisando situação na qual artistas plásticos trabalham em feira de artesanato de Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil, as aproximações e os distanciamentos das categorias artista/arte, de um lado, das categorias artesão/artesanato, de outro, contribuem para a reflexão sobre o significado variável de procedimentos vinculados à venda de seus produtos, as condições nas quais se realiza, e o quanto concorre para a diferenciação dos e entre artistas plásticos.
No estudo da chamada arte erudita, ou de elite, ou daquela que ampla e simplesmente apresentamos como arte, costuma fugir de nossos interesses o que parece não dar certo. Seguindo de perto o senso comum, nossas formas de pensá-la em geral estão voltadas para atores sociais bem-sucedidos e objetos de alguma maneira consagrados, o que acaba por ajudar a separar a arte e seus produtores do reino supostamente imperfeito e ordinário do resto dos produtos humanos e da própria humanidade. 1No estudo da chamada arte popular também ficamos mais à vontade enfocando tanto objetos valorizados extensamente entre nós como os artistas que conseguiram se afirmar, neste caso, como artistas populares. Em certa medida, alguns pressupostos, além dos que operam na abordagem da arte de elite, conduzem essa preferência, como o fato de a arte popular ser com frequência concebida como fixação de ditames de entidades cultuadas, como Povo, Cultura, Tradição, e/ou como atualização de padrões por meio de téc-nicas, isto é, regada por facilidades e, por isso, algo defendida do erro. Outra ideia que acompanha a primazia do êxito na análise sociológica da arte é a que associa a prática artística ao lugar social dos produtores da arte, sua correspondência com a organização social estabelecendo que são os atributos sociais, prévia e indubitavelmente definidos, que levarão os indivíduos a serem artistas populares e a produzirem arte tal como os demais indivíduos dotados daqueles atributos.2 E, ainda, quando fugimos dessa coincidência da arte com a organização social e singularizamos os "artistas populares" pelo reconhecimento da excelência de seus trabalhos, sua capacidade de produzir arte tende a aparecer como dom inato, algo que vem "de dentro" do artista, dado como nascido e portado por ele, naturalmente "materializado" em obras dignas de serem tratadas como arte.Em resumo, é difícil pensar a arte pela via do insucesso e da frustração, o que por certo nos desvia de considerável parte do que ela sociologicamente encerra de importante. Apresentando o caso que estudamos, de artistas
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