Este artigo tem como objetivo refletir sobre ser criança em contexto da educação infantil, considerando a emergência do pensamento decolonial, gênero e interseccionalidade. Apresenta dados de duas pesquisas alicerçadas em princípios da etnografia e pesquisa com crianças, a partir da observação participante e da descrição das interações e brincadeiras, assim como ações docentes. Autores como Abramowicz e Oliveira, Faria, Finco, Walsh entre outros/as compõem o substrato teórico. Pretende-se pensar o protagonismo infantil como um ato político com a lógica de desenvolver a perspectiva de ação no mundo das crianças como atos de microrrevoluções.
Esta pesquisa objetiva analisar as concepções construídas por três professoras da redeprivada de um município do Rio Grande do Sul, no nível da educação infantil, em relação às manifestações da sexualidade infantil. Desde muito pequenas as crianças expressam curiosidades sobre o seu corpo e o corpo dos outros, exploram e descobrem o que lhes causam dor, prazer e desconforto. As concepções acerca da temática, ainda se configuram como algo assustador e proibido,fazendo com que a sexualidade infantil, permaneça, na maioria das vezes uma incógnita ao olhar adulto. Os estudos teóricos estão baseados em Louro (2008), Schindhelm (2013), Weeks (2000) entre outros e outras. Essa pesquisa caracteriza-se como qualitativa de cunho exploratório, tendo como principal ferramenta para a produção dos dados a entrevista desencadeada a partir de palavras e imagens utilizadas como evocadoras de memória. O resultado do processo foi organizado a partir de narrativas das professoras, e a análise centrou-se no destaque de percepções, concepções e ideias queas professoras foram expressando em suas entrevistas. Como resultados da pesquisa pode-se perceberque a discussão sobre sexualidade infantil está repleta de preconceitos e tabus. As professoras não se sentem preparadas para trabalhar esses aspectos com as crianças. Os espaços para a discussão e reflexão sobre a sexualidade infantil são quase inexistentes, prevalecendo o não dito.
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