O câncer de esôfago é uma importante enfermidade, principalmente, para o sexo masculino, tendo, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), uma estimativa de mais de 10 mil novos casos por ano, sendo mais de 8 mil atribuídos a este grupo. Assim como nos demais tipos de câncer, é axiomática a importância de obter o diagnóstico precoce, porém, aqui se encontra um desafio desse quadro: em sua fase inicial, é assintomático ou apresenta sintomas inespecíficos. Dentre os fatores de risco, pode-se destacar o tabagismo e o consumo frequente de bebidas muito quentes. Esse estudo objetiva analisar o número de internações, em caráter de urgência, de pacientes acometidos por neoplasias malignas do esôfago no Brasil entre jan/2015 e abr/2019, fazendo um comparativo entre as regiões brasileiras. 2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo com análise comparativa baseado nos dados de internações por neoplasias malignas do esôfago por região do Brasil registrados no DATASUS no período de janeiro de 2015 a abril de 2019. 3 RESULTADO E DISCUSSÃO O número de internações foi de 1.156 na região Norte, 7.518 na região Nordeste, 30.131 na região Sudeste, 15.012 na região Sul e 3.109 na região Centro-Oeste, totalizando 56.926 internações. A partir dos dados, foi evidenciada uma grande disparidade no número de casos ao comparar as regiões sul e sudeste com as demais. Tendo em vista que os principais fatores de risco são o tabagismo e o consumo frequente de bebidas quentes (65 °C ou mais) e que esses são comumente usados pela população como alternativas ao frio, a disparidade pode ser explicada segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostram que essas regiões apresentam as temperaturas médias anuais mais baixas do país, sendo mais extremas na região sul. Além disso, dados do INCA demonstram que a região sul apresenta a maior proporção de fumantes de tabaco com 18 anos ou mais no Brasil, sendo seguida pela região sudeste. Nesse contexto, pode-se destacar ainda o consumo do chimarrão ou mate, uma bebida característica da cultura do Cone Sul e que é composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água a aproximadamente 70 graus Celsius. Desprende-se do exposto que os habitantes das regiões Sul e Sudeste além de serem mais acometidos, representam um grupo de risco para essa enfermidade, principalmente, pelos hábitos de vida. Sendo assim, conclui-se que mudanças nos hábitos e rastreio precoce representam a melhor alternativa para frear o avanço no número de casos de neoplasias malignas no esôfago.